quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Evolução, onde??

Eu já desconfiava que não estamos a ficar mais espertos ou fortes, mas nunca pensei que, numa corrida, ficássemos atrás dos soldados romanos. Eis algumas das conclusões das mais recentes investigações:

- os habitantes de Atenas remavam com mais força e durante mais tempo que os actuais campeões olímpicos;

- no lançamento do dardo, ninguém (nem mesmo hoje) consegue bater os aborígenes;

- o maior garanhão da história foi... Gengis Kahn, que deixou 16 milhões de descendentes;

- as mulheres Neandertais tinham mais força que Arnold Shwarznegger;

- os soldados romanos corriam uma maratona e meia por dia, carregados com metade do seu peso em equipamento.

Palmas para eles!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Este ano vou...

E pronto. O Natal já lá vai e agora é tempo de fazer as costumeiras listas de Ano Novo, as promessas e decisões, enfim, tudo aquilo que, na maior parte das vezes, não passa mesmo do papel. Por isso, decidi fazer uma coisa diferente e em vez de me pôr a divagar sobre coisas que a minha preguiça e comodismo me vão impedir de cumprir, aposto em vez disso no realismo e naquilo que sei que vou conseguir mesmo realizar:

1 - vou continuar sem paciência para certas e determinadas pessoas e nem os novos cabelos brancos, sinal inequívoco de que os anos realmente não perdoam, vão significar ânimo redobrado para aguentar algumas coisas;

2 - vou manter-me fiel aos meus princípios, ou seja, os doces não vão desaparecer lá de casa e não vou prometer deixar de comer os chocolates do G., já que isso é coisa que não se pede, nem mesmo a uma mãe;

3 - vou continuar a render-me a um determinado par de olhos verdes, aqueles que me conquistaram há já nem sei quantos anos, mas que por um qualquer mistério me continuam a prender com a mesma força;

4 - vou tentar (atenção, que é apenas uma tentativa!) estar mais atenta ao telefone e responder aos que me ligam e deixam mensagens. Mas a aversão ao aparelhinho que teima em invadir a privacidade do meu lar não parece estar longe de chegar ao fim;

5 - finalmente, vou tentar dar um pouco mais de atenção aos amigos... Sei que sou uma desnaturada, mas a festa de inauguração está para breve e com ela procurarei redimir-me de algumas falhas...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Em modo natalício


Em modo natalício... Hoje é dia de atacar os tachos e panelas. E porque o engenho no que às artes culinárias diz respeito não abunda para os meus lados, sorte é mesmo aquilo que eu preciso. Como é que se deseja sorte a quem vai cozinhar? Se aos actores se deseja que partam uma perna, será que aqui a ideia é: parte um ovo?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ladrão disfarçado de sismo

Ao contrário de todos os que experimentaram surpresa, medo ou pânico, a minha primeira sensação quando soube que tinha havido um tremor de terra foi... alívio. Passo a explicar: quando a terra tremeu eu encontrava-me, como acredito se encontravam outros milhares, quiçá milhões de portugueses, no meu merecido descanso, já a dormir. Mas se a força do abalo não foi suficiente para que percebesse que tinha sido um sismo, deu para me acordar e me pôr em estado de alerta.
Ao contrário do poema, não pensei se teria sido chuva ou vento, mas ia jurar ter sentido um movimento no interior da minha rica casinha, movimento esse que, porque estávamos todos a dormir, só podia ser atribuído a alguém de fora. Crente de que tinha um larápio em casa, e depois de ter tentado transmitir o meu receio, sem qualquer sucesso (há gente que nem que a casa caísse daria por isso), ao ser que comigo partilha a cama, ainda pensei tapar-me até às orelhas e esperar que tudo não passasse de um sonho. Mas, qual heroína de um filme de acção (daqueles meio manhosos, admito, já que nem um alfinete eu tinha para me defender), saltei da cama decidida a enfrentar quem se tinha atrevido a invadir-me o lar.
E lá fui, no meio da escuridão, quebrada aqui e ali pela ténue luz do candeeiro da rua que entrava pelas janelas do hall. Do quarto à casa de banho, da cozinha à sala, do quarto do G. (onde até debaixo da cama espreitei) à entrada do sótão... Nada, nem sinal do intruso.
Depois, voltei para a cama, ainda a tremer (eu, não a casa) e esperei que o assaltante, que acreditava então estar escondido algures por ali, não me atrapalhasse mais o sono. De manhã, quando ouvi falar em sismo, só pensei: ah, que alívio. Foi só mesmo a terra a tremer.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Às vezes gostava de...

Às vezes assusto-me comigo, com as minhas reacções intempestivas, com os gritos que me fogem da boca sem quase dar conta, com as palavras que gostava de nunca ter dito...
Às vezes, gostava de poder fazer o tempo voltar para trás, de poder apagar um ou outro momento, de me tornar mais reflectida, menos impulsiva, mais racional no que às palavras toca... Às vezes, gostava de ser mais calma...

Pedido ao Pai Natal

Eu adoro o Natal. Adoro as luzinhas, as mesas fartas, os presentes, os encontros - os planeados e os inusitados - e até adoro a dor de barriga que surge depois dos muitos abusos, gastronómicos e não só. Mas esta é mesmo a pior altura para a época do Natal. O que fazer quando o tempo não chega para tudo? Acho que vou pedir ao Pai Natal para, só desta vez, marcar o natalito para um pouco mais tarde...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Algumas imagens que marcaram o ano












A lista é da Time; a escolha foi minha.














segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Obrigada, mãe e pai

Desde sempre me disseram que pareço mais nova do que aquilo que realmente sou. Se há uns tempos isto era das piores coisas que me podiam dizer - já me bastou a vergonha de, com quase 23 anos, ter sido proibida de entrar num casino (tinha-me esquecido do BI e não tinha como provar ser maior de idade) -, hoje admito que é bom ouvi-lo. Por isso, quando vi um artigo sobre pessoas que não aparentam a idade que têm fiquei mesmo contente. Diz o estudo, realizado por um grupo de especialistas dinamarqueses e publicado no British Medical Journal (uma coisa à série, portanto!), que parecer mais novo do que a idade real é motivo de felicidade, já que isso significa que se poderá ter uma vida mais longa, pelo menos quando comparado com os que parecem mais velhos. A explicação parece estar no ADN - sempre soube que tinha bons genes!!! É mesmo caso para dizer: obrigada mãe e pai!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O que se passa com os trintões?

Não me devia ter surpreendido, mas os dados ontem divulgados pelo Eurostat sobre os estilos de vida dos jovens acabaram por me conseguir arrancar um "a sério?". De acordo com os números, 69% dos jovens até aos 30 anos admitiam ter ido, pelo menos uma vez nos últimos 12 meses, ao cinema. Até aqui, tudo bem. O pior foi quando perguntaram o mesmo aos maiores de 30 - apenas 21% tinham estado numa sala de cinema nesse mesmo espaço temporal. Mas há mais. Quando se perguntava sobre a frequência de espectáculos ao vivo, a tendência das respostas era igual. Ou seja, 70% dos sub-30 tinham sido espectadores, enquanto apenas 35% dos trintões o tinham feito. Afinal, o que raio se passa quando se ultrapassa a barreira dos 30? É verdade que a paciência vai sendo menos, que os afazeres, sobretudo para quem é pai de filhos, se multiplicam, que os dias parecem não ser suficientes para tudo o que se tem para fazer e que o sofá se torna um poderoso íman, ao qual é tantas vezes difícil de resistir... Mas mesmo assim.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Morte por aborrecimento

Não costumo ser mórbida, ou pelo menos não mais do que o ser humano normal, mas não resisti a um artigo sobre a morte. É que, sendo certa para todos, pode ser bem diferente e, dizia o texto, até mesmo estranha. Isadora Duncan, por exemplo, uma famosa bailarina norte-americana dos anos 20, morreu estrangulada quando a echarpe que usava ficou presa na roda do carro em que seguia; o escritor Tennessee Williams morreu sufocado com uma carica. Depois, há uma causa de morte que me deixou aterrorizada: um rapaz britânico de 16 anos que morreu de ataque cardíaco depois de ter sido exposto a demasiado... desodorizante (a prova que, às vezes, o cheiro a sovaco, ainda que desagradável, pode ser bem mais seguro).
Mas há mais. No século XVI, um homem morreu carbonizado quando, ao tentar fugir de um incêndio, tropeçou na barba (media 1,4 metros). A lista continua com a morte por soutien. Parece que, em 1999, uma mulher perdeu a vida quando a armação do soutien serviu de condutor a um raio no meio de uma tempestade.
Tudo isto me fez pensar que até pode não estar muito longe da verdade o que sinto em alguns dias: que posso mesmo morrer de aborrecimento.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Quando?

Quando, quando, quando?? Quando é que vou poder estar, perna estendida, cabeça encostada num regaço quente, lareira acesa, a ouvir o barulho do mar que invade o meu quarto? Quanto é que vou poder sentir o cheiro da comida caseira a encher a cozinha? Quando é que vou pegar na chave, rodá-la na fechadura e dizer: !cheguei a casa!"? Nunca uma espera me pareceu tão longa...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O que os olhos não vêem II









1 - O milagre da vida - óvulo e espermatozóides
2 - Nervo sensorial na ponta de um folículo de cabelo (M. I. Walker)
3 - Uma célula de um carcinoma do pulmão (Anne Weston)
4 - Intestino delgado de um rato (Paul Appleton)

O que os olhos não vêem


Porque o fim de 2009 já está à espreita, é tempo de fazer balanços e coisas do género. A Science tem uma série de galerias com fotografias simplesmente fantásticas. É de ver e chorar por mais (http://www.science.com/). Esta é de um pedaço de pele queimada (Anne Weston, Wellcome Images).

Onde estão as Piratas?


Numa viagem (mais uma) pelas ruas da memória, deparei-me com elas, ou o que delas restava. Já não existem, saíram de moda, substituídas que foram por outras quaisquer com uma embalagem mais colorida, mais agradável à vista e até, dirão alguns, mais gostosas ao paladar. Mas, contraponho eu, nenhumas conseguem igualar o que encerram aquelas pastilhas. Era nelas que pensava quando o meu pai chegava a casa, eram elas que procurava nas suas mãos, quando entrava pela porta e anunciava, com aquele ar de quem sabe tudo, que tinha uma coisa para mim. Eram elas que se me colavam aos dentes e que, não raras vezes, imaginava coladas no interior da barriga, depois de terem escorregado, a toda a velocidade, pela garganta. E eram elas o presente que, todos os dias, o sr. Manuel e a D. Aldelaide, do minimercado Ferreira nos davam quando chegávamos da escola e por lá parávamos, ávidos dos seus miminhos em forma de doces. Já não existem, mas ficam nas recordações que guardo delas e na colecção de cromos de comboios, a única caderneta que consegui encher por completo, fruto de centenas de mastigadelas que até podem ter dado origem a uma ou outra cárie, mas que valeram mesmo a pena!!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009