quinta-feira, 29 de abril de 2010

Amor de mãe

Há coisas que nunca pensámos que nos pudessem vir a acontecer. E, sem qualquer aviso, tudo muda depois de ter um filho. Nesta altura, a vida ganha uma nova máxima. E já não falo das nódoas constantes na roupa, marcas que as pequenas mãozinhas teimam em deixar, aqueles pedaços de comida que só reparamos quando chegamos ao trabalho ou, pior, quando os outros nos chamam a atenção com um olhar reprovador que, sem precisar de palavras, grita a alto e bom som: "grande badalhoca". Depois, há o chichi que, qual mangueira incontrolável, nos teima em regar mesmo quando pensamos que já nada nos apanha desprevenidos. Hoje, tive uma estreia com direito a banho completo (meu) e muda de roupa: um banho de vómito. Já imagino os olhares de repugnância e aversão, as exclamações de horror, os trejeitos de pena. Mas a verdade é que, no meio da confusão que subitamente se instalou em casa, da correria para evitar ainda mais estragos (sei agora que pior era mesmo impossível), a sensação não foi, como imagino teria sido há uns anos, a de horror. A sujidade que me cobria nunca me incomodou. O que mais impressão fazia era mesmo o choro e aflição de quem não queremos ver chorar, a pressa em ter tudo bem, para que ele também ficasse bem. Quanto ao resto, podia esperar. A roupa acabou por se mudar e o banho apagou todos os vestígios daquele momento. Depois ficou a certeza: se não é isto o amor de mãe, não sei o que será.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Há dias assim... e ainda bem

Há dias que gostaríamos que não chegassem ao fim, dias em que o tempo deixa de obedecer ao relógio, em que as horas se tornam minutos, em que o barulho mais se parece música... Há dias que há muito desejávamos, embora sem saber; em que percebemos que as pessoas que nos enchem a casa há muito nos enchiam o coração. Há dias em que é bom recordar e lembrar um passado que, afinal, esteve sempre tão presente. Há dias em que percebemos que somos mesmo muito felizes!!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Parabéns, Terra



By Nasa

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O que responder quando um filho de dois anos nos diz: "mãe, cala a boca!" ??

Comer... ou não

Uns com tanto...

...outros com tão pouco


By Time

domingo, 18 de abril de 2010

Do que uma simples nuvem de cinza é capaz


Aviões em terra.... tempestade no ar





quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pica miolos

Pode parecer picuinhas, mas irritam-me solenemente as pessoas que andam quilómetros a fazer pisca sem virar para lado nenhum... na estrada e na vida.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Nietzsche


Tinha nome de filósofo, esperteza de rato.
Adorava o sofá, qualquer um, sobretudo os que lhe estavam interditos. Afinal, também para ele, o proibido era sempre o mais apetecido.
Comia tudo... dos pedaços de bolacha que conseguia arrancar das mãos mais distraídas, aos caroços de maçã; dos lenços usados, impregnados com o cheiro dos que lhe eram queridos, aos nacos de carne que sobravam das refeições mais fartas, autênticos pedaços de céu que qualquer cão digno do nome é incapaz de resistir.
Gostava de correr, de sentir o vento nas orelhas, de ladrar ao carteiro e a todos os que, incautos, se atreviam a espreitar a casa alheia.
Era companhia mesmo quando o desejo era de solidão. Estava lá, nos momentos menos bons, disponível para receber e dar festas, daquelas que só ele era capaz. Esteve sempre nos momentos de alegria, pronto a celebrar e partilhar as euforias.
Era, mais do que um animal de estimação, um amigo, um companheiro... Era único. Era singular.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Frase do dia

Frase do dia:

"Há pessoas que são uma espécie de cocó... há quem não se chegue a elas, nem por nada. só em caso de última necessidade."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

E viva a Primavera!

O sol finalmente chegou, para aquecer os ossos cansados de tanto frio. Parece que a Primavera decidiu dar o ar da sua graça. E nada melhor para o celebrar do que uma mão cheia de lenços ranhosos, do que um nariz que insiste em não deixar passar o ar, do que uma cabeça que teima em pender, pesada, sobre a secretária. E viva a Primavera!

domingo, 4 de abril de 2010

The IT Crowd

Há uma nova aquisição cá em casa. Chama-se A Malta das TI (The IT Crowd, no original) e quando olhei para a capa da 1.ª temporada ainda tinha os Extras bem presente na memória e continuava inconformada com o facto do Ricky Gervais ter decidido que a 2.ª temporada seria, ao mesmo tempo, a última. Por isso, o entusiasmo não foi grande e foi quase contrariada que comecei a ver. Ok, não é nenhum Extras, mas vale a pena. Os episódios são curtinhos, mas nem por isso a história deixa de ter um fio condutor; os personagens são exagerados, mas o exagero fica-lhes bem. Só é pena o tempo ser pouco para tanta coisa boa para ver.  

O ranho da solidariedade

É curiosa a solidariedade. Tanto que sou surpreendida, vezes sem conta, com a forma como nos interessamos. Já perdi a conta ao número de vezes que assisti, fruto de um claro interesse superior pelo outro, a quem abrande ao ponto da quase imobilização quando passa, nas estradas, por um acidente, por alguém com um pneu furado ou pelos que são forçados a conduzir um chaço que pára quando menos se espera ou deseja, não se importando com as filas de trânsito que essa redução de velocidade pode causar. Afinal, o mais importante é mesmo verificar que está tudo bem com o colega humano. E aqui confesso-me um ser inferior, incapaz de professar a mesma capacidade de abnegação. Depois, há outro tipo de solidariedade - e se esta fosse um rebanho, então eu seria uma ovelhinha - a da ranhoca, dos espirros, das dores de garganta. Há quem lhes chame vírus, mas eu prefiro pensar que não passa de solidariedade pura e dura aquela que nos leva a sentir os mesmos sintomas dos que nos rodeiam, sobretudo quando se trata de uma constipação ou gripe.