terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O teste do psicopata


Tenho medo da loucura. Confesso-o sem vergonha, depois de alguns contactos com pessoas oficialmente consideradas ‘loucas’. Na minha memória vivem para sempre as recordações de uma visita a um hospital mental, onde vi de perto dezenas de pessoas perturbadas. E o que mais me marcou nem foi o que faziam ou como agiam, mas o facto de a maioria delas ser jovem. Tentei não pensar muito nisso, afastando a ideia como se esta fosse contagiosa. Porque não raras vezes dou por mim a ter atitudes pouco racionais e a pensar se não estarei a cair na espiral que levou tantos daqueles ao internamento compulsivo num espaço onde a dignidade humana é substituída por uma realidade alternativa.

Mas ainda assim a loucura atrai-me. Por isso, quando me caiu na secretária um livro sobre o tema, peguei nele de imediato. E depois de começar, foi impossível parar. Jon Ronson é jornalista e talvez por isso a sua forma de escrever me agrade tanto. O Teste do Psicopata que, segundo o seu autor, pretende ser uma investigação sobre psicopatas e a indústria da loucura, é simplesmente fascinante. E graças a ele acabei com toda e qualquer dúvida: não, não sou psicopata. Quanto muito, peco pelo oposto, o da extrema sensibilidade e incapacidade de racionalidade e frieza.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Muda de vida


Há pessoas a quem a vida ensina muito pouco. E nem a desculpa da idade (ou falta dela) serve para justificar a inexistência de pundonor no que ao trabalho diz respeito. Porque o brio por aquilo que se faz, quando não nasce connosco, cultiva-se. E quem não o consegue fazer, então o melhor mesmo será repensar a vidinha e, quem sabe, mudar de rumo. É como diz a música: “Muda de vida se tu não vives satisfeito. Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar”.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Concertação desconcertante

Ao ver as notícias dos últimos dias sobre a concertação social fico algo desconcertada: tiram-nos três dias de férias que até nem tínhamos pedido e cortam-nos as pontes, que desde sempre nos incentivaram a gozar, com o maior exemplo a partir do Governo, com as suas tolerâncias. Parece que, afinal, somos é preguiçosos e calões. Gozamos férias a mais (as que nos deram, está claro) e não deixamos escapar um feriado (aqueles que integram o calendário definido por quem? Sim, o Governo). Ou seja, estamos a ser castigados por aceitar o que nos foi dado. Graças ao acordo com a 'troika', que já justifica tudo, quase tanto como a crise, percebemos que somos um povo que gosta de gozar. Ou seja, que somos humanos. O que, nos tempos que correm, é mesmo uma falha gravíssima. Ser menos que uma máquina devia ser proibido por lei.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Vaquinhas do meu alento


Às vezes parece que moro a milhas de distância do trabalho, uma distância que parece interminável. Mas depois, quando saio de casa e vejo, do outro lado da rua, no tapete verde salpicado pelas flores amarelas que o sol nele insiste em pintar, duas vacas a pastar indiferentes aos carros que passam ao lado, percebo que vale a pena.
É muito bom viver no campo!  

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Listas, planos, resoluções

Este ano decidi mandar as listas à fava. Disse não aos planos para o ano novo, que nunca chego a cumprir, às resoluções, que nunca vão além disso, às promessas, nunca concretizadas. E depois disto tudo, eis que tropeço num estudo que afirma que, afinal, quem faz listas, planos ou resoluções tem mais probabilidade de os levar avante.