quinta-feira, 19 de abril de 2012

As vantagens de uma audição selectiva



Aprendi a fazê-lo há alguns anos, mas nada melhor do que a prática para chegar à perfeição. Falo da capacidade que, posso dizê-lo com orgulho, me torna diferente da maioria (pelo menos da maioria dos que me rodeiam). Foi tudo uma questão de sobrevivência: ou aprendia a ignorar os sons que, cada vez mais elevados, me interrompiam os pensamentos e me cortavam a concentração, ou enlouquecia. Preferi a primeira, já que tentar falar ao telefone debaixo da mesa, para conseguir estar atenta ao que dizia o interlocutor, era coisa que não dava mesmo jeito nenhum. Por isso, habituei-me a ignorar o barulho ambiente. Hoje nem uma televisão em altos berros ao meu lado, ou conversas cruzadas em meu redor ou até mesmo um alarme que não pára são capazes de me interromper a concentração. Ok, é um facto que isto também tem os seus contras. São frequentes os sustos que apanho (agradeço à força do meu coração, que apesar de bater mais depressa – e às vezes descompassado – ainda não parou), assim como é também comum andar a leste do paraíso. Ou seja, não saber das novidades ou boatos mais recentes. É um preço que estou disposta a pagar por ser especial. Sim, porque para aqueles que já pensam em chamar-me de convencida, isto é mesmo uma proeza. Tanto que até os investigadores decidiram debruçar-se sobre esta capacidade de alguns (como eu), que têm audição selectiva. Um estudo publicada na revista Nature.

Espinha ou Espanha?

Hoje reparei que Espanha e espinha só diferem numa letra. Mas com estas coisas da crise e das finanças, podem ambas ficar-nos atravessadas.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Pipocas até cair

Estou cansada de comer pipocas. Estou farta. Não quero mais. Já nem as posso ver. Mas como se tivesse vontade própria, a minha mão continua a mergulhar na tigela laranja e a levar à boca duas ou mais pipocas de cada vez. Alguém devia estudar este fenómeno: porque é que há coisas que claramente nos cansam, mas das quais não conseguimos abdicar?