Os jornais e televisão andavam a anunciá-lo há vários dias: os transportes hoje iam estar parados. As greves não costumam afectar-me, até porque o carro era o meu transporte de eleição. Mas agora, utente que sou dos transportes públicos, juntei a minha voz ao coro dos que compreendem, mas não acreditam que o raio dos transportes vai parar outra vez.
Já estava a imaginar o cenário: um comboio por hora, apinhado até mais não, dando um novo significado à expressão "sardinha em lata"; a inevitabilidade de ter o nariz encostado a um qualquer sovaco, a incapacidade de fugir aos germes alheios. Ou então, horas de espera na estação apenas para ter que rumar a casa, sem alternativa que não ver a greve através da TV.
Foi com este espírito que saí de casa nesta manhã fria de Fevereiro, mentalizada para o pior. Mas em vez disso, deparei-me com um comboio cuja pontualidade rivalizaria, sem qualquer vergonha, com a dos britânicos, quase totalmente vazio, em plena hora de ponta. Depois, uma paragem de autocarro vazia, tal como o transporte que por ela passou, igualmente pontual.
É caso para dizer: que pena que todos os dias não possam ser de greve!
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