segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E agora, 2011?

E pronto! O Natal já era, embora os seus vestígios se mantenham, pelo menos no que ao meu peso diz respeito. E a tradição cumpriu-se, com a costumeira má disposição que acompanha a overdose de doces e, este ano, de salgados também. Agora, é tempo de pensar no ano novo que por aí vem e nas resoluções também típicas de época. Mas antes de me lançar em mais promessa, é com agrado que verifico que cumpri a lista que tinha feito para este ano. Ora bem:
- continuei fiel à minha falta de paciência para com certas e determinadas situações e sobretudo pessoas, se bem - sinal de que estou a crescer (até que enfim, dirão alguns) -, dei por mim a respirar fundo antes de explodir em amargos de boca (e não só) umas quantas vezes;  
- não consigo contar pelos dedos a quantidade de vezes em que me entupi de doces e aquelas em que comi os chocolates do G. (é em nome do amor de mãe que o faço, claro está!);
- um certo par de olhos verdes continuam a fazer o meu coração bater descompassado;
- contrariei, várias vezes, a vontade de tirar o som ao telefone;
- e, finalmente, reencontrei vários amigos, caras de um passado que, afinal, está bem presente.

Por isso, para 2011, fica a promessa de novos encontros, de conversas com mais tempo, de partilha de mais recordações. Porque, no fundo, é difícil pedir mais quando já se tem tudo!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Bitter sweet

Confesso que a primeira vez que ouvi falar na escassez de açúcar me fartei de rir. Mas a gargalhada rapidamente se transformou num amargo de boca quando percebi que também a mim me faltava, na despensa, o doce transformado em pequenos grãos. Nunca tinha pensado que o açúcar poderia ser um bem de primeira necessidade, mas um olhar mais atento às receitas que integram o menu da consoada lá de casa e rapidamente percebi que a coisa é séria. Já alguém imaginou o que seria do Arroz Doce sem o... doce? Ou dos sonhos e coscorões sem a chuva açucarada que os costuma cobrir? Ou ainda das farófias, das rabanadas, das azevias, todas despidas do doce que lhes dá sentido?
Quando abri a despensa e percebi que o pacote que julgava ser de açúcar era, afinal, de farinha, corri aos supermercados. Mas nada. E nem a informação que dava conta da reposição do ouro branco nas lojas até ao fim da semana passada me deu conforto. Até porque hoje, terça-feira, as prateleiras continuam vazias, apenas cobertas por alguns grãos de açúcar que fugiram dos pacotes.
Mas porque Natal não é Natal sem a tradicional overdose de doces, decidi que a única coisa a fazer era comprar uma caixa de pequenos pacotes. E agora, espera-me uma longa jornada a abrir pacotinhos, até formar o monte branco pelo qual os meus doces clamam.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Eterna menina

Nunca fui Senhora ou Dona, e muito menos Sra. Dona. Já fui Dra. ainda que por engano, apesar de os contactos bancários insistirem num título que só me soa bem nos corredores dos hospitais. Mas menina, sempre fui e continuo a ser. E nem mesmo a idade, que há muito disse adeus ao menina, ou o estado civil, que carimba quem o tem de sra., fez mudar o meu estatuto. Ainda assim, não consigo evitar o sorriso que me foge para os lábios quando me chamam menina. E isto apesar de me sentir assim, uma menina.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Listas, listas e mais listas

E pronto. Chegámos àquela época em que, para além das compras desenfreadas, se fazem listas sem fim. As listas do melhor e pior do ano, do que passou e está para vir, dos personagens, dos filmes, dos livros... E porque são tantas e tantas as coisas, a Time decidiu fazer uma página com o The Top 10 Everything of 2010. Ele são as dez melhores gafes, as dez citações que marcaram o ano, os números, os vídeos e até os tweets. Por cá, o ano até foi emocionante. Para além das desgraças (temporal na Madeira, a crise, a austeridade, o défice, as promessas - nome que, para o Governo, se tornou sinónimo de mentiras -, etc, etc), que serviram de alimento para o típico pessimismo tuga, tivemos a visita do Papa, a sentença do processo Casa Pia, o Benfica campeão e até o Cristiano Ronaldo em versão papá. É verdade que as nossas listas são menos glamorosas que as da Time, que as citações dos nossos políticos (ou pelo menos de alguns) dificilmente fazem frente às de um George W. Bush... mas o ano até nem foi nada mau. E que venha o próximo!



   

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Natal é tempo de... empurrões

Adoro o Natal! Adoro os cheiros da época, os coscorões, o bacalhau, os embrulhos... Até adoro a azáfama típica da época, as decorações, o stresse de não saber bem o que comprar para quem já tem tudo. Mas há uma coisa que não gosto mesmo nada e que este ano parece ter começado mais cedo: os empurrões, o trânsito nas zonas comerciais, as lojas cheias, a má educação que acompanha as cotoveladas... E tudo isto me faz lembrar porque é que eu começo sempre a fazer as compras de Natal em Novembro. Só não percebo é porque não as consigo acabar no mesmo mês...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

As coisas de que não me esqueço

É frequente esquecer-me. Esqueço-me das coisas que tenho para fazer, do que me enche as listas que faço para não me esquecer, dos aniversários, dos dias especiais, das coisas mais banais.
Esqueço-me do que fiz quando andava na escola, das aventuras nos escorregas de Peniche, do concerto que nos juntou antes da separação final, dos ódios de estimação da S. e da C., dos rapazes que nos punham a cabeça a andar à roda...
Esqueço-me porque sou mesmo assim, esquecida. Mas depois é engraçado comprovar que não me esqueci do bom que era quando estávamos todos juntos, da sensação de pertença que poucas vezes senti como então, do conforto das gargalhadas partilhadas. E depois percebo que só me esqueci porque é tão bom quando nos encontramos para recordar!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

As maiores 'bolas' do mundo

Ei-lo, o animal com os maiores testículos. É um grilo e as suas 'bolas' representam 14% da massa corporal do bicharoco (num homem equivaleria a 10 quilos).

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pedir não custa

Como pedir não custa nada e por enquanto ainda continua livre de impostos, e porque ontem estive a escrever, com o G., a carta ao Pai Natal, imbuída no espírito consumista que nos invade nesta quadra decidi continuar a pedinchar ao sr. das barbas brancas e fato vermelho, na esperança de que alguém (vá lá, não se acanhem) se chegue à frente.
Usando a terminologia do pirralho, eu "preciso" de experimentar as receitas do livro Cozinha Para Quem Quer Poupar, da Mafalda Pinto Leite (esta é para ti, M.). E já agora, também caía bem um exemplar de um dos livros da Nigella, qualquer um que eu não sou esquisita (M., o recado está dado).
E para não me sentir uma ovelha tresmalhada, decidi juntar-me à maioria e pedir também, com a maior parte dos portugueses (pelo menos segundo o estudo da Deloitte), dinheiro no sapatinho. Notas, de preferência.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Pai Natal, traz-me uma mala

Nunca fui fã de malas. E não, não andava, como é típico do sexo oposto, com a carteira no bolso traseiro das calças. Gostava mesmo era de mochilas, de ter duas alças às costas, e nunca percebi o fascínio pelas alças únicas e os debates, tantas vezes longos, sobre esta e aquela mala.
Por isso é que não percebo o que se passa comigo. Porque é que, de repente e depois de já ter gasto, num mês, um balúrdio em duas malas que, não há muito tempo seria impensável sequer nelas pousar o olhar, dou por mim constantemente a admirar malas, a experimentá-las e a imaginá-las cheias com as minhas tralhas. E com a aproximação do Natal, não resisto a pedir mais uma. Ou duas. Pelo menos aquela que vi esta semana numa loja.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Esta é para ti, mano

"Ter uma irmã deixa as pessoas felizes." O tema deste estudo, no qual tropecei hoje, realizado por cientistas da Universidade de Ulster, não me surpreende. Aliás, vai de encontro ao que há muito argumento: que as irmãs são mesmo do melhor que há.
Não quer com isto dizer que os irmãos não o sejam. Mas - e desculpa, mano, qualquer coisinha - é um facto que a paciência delas é muito superior, que a sua capacidade de ouvir, aconselhar e oferecer o ombro amigo ultrapassa em muito a dos elementos do sexo masculino que - e acredito que a justificação seja apenas meramente biológica -, não são capazes de ouvir mais do cinco minutos (durante os quais estão já a pensar em qualquer outra coisa). E quanto a partilhar sentimentos... Pois, digamos apenas que este não é o seu forte.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Coisa boa de fazer...

Adoro cozinhar! Adoro escolher os ingredientes, misturá-los e não me canso de admirar o resultado final, como se de uma obra de arte se tratasse (mesmo quando a coisa fica longe da perfeição). Eu sei que nem sempre foi assim. Mas as pessoas podem mudar. E se alguém sabe alguma coisa de mudanças, esse alguém sou eu.
Adoro os meus livros de receitas, que não me canso de folhear, repletos das marcas e nódoas que lhes dão um toque tão especial. Adoro descobrir novos sabores, adoro partilhá-los com quem mais gosto e adoro os blogs e sites, que me servem de inspiração. Ah, e adoro o Flagrante Delícia, a prova provada de que os olhos também comem. E os meus têm comido tão bem nos últimos tempos!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Os homens são como os touros

Parece que os homens, afinal, são como os touros: não podem ver vermelho que 'atacam' de imediato.
Eu cá acho fascinante o tempo que se perde a fazer estudos como aquele que a Time publica no seu site. E gostava mesmo muito de fazer parte de equipas de cientistas como esta, que decidiu perceber se é verdade que os homens são atraídos pelo vermelho e se esta cor é ou não afrodisíaca (parece que sim).

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Vince, E., Turtle e Drama... não me deixem só!|

Há programas que nos prendem à televisão. Não sei como ou porquê, mas há séries que não me canso de ver, episódio atrás de episódio, numa maratona que gostava que nunca chegasse ao fim. É o que acontece com o Entourage. Os 12 episódios da temporada 6 foram devorados como se eu mais não fosse do que uma telesfomeada. E quando os vi chegar ao fim, apesar do avançado da hora, desejei mais e mais.

É oficial: estou viciada. Para quando a temporada 7? Não sei se consigo aguentar mais um ano de espera.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sou como uma criança

Hoje descobri que tenho a capacidade de concentração de uma criança de três anos: consigo estar atenta dois minutos seguidos e, depois, se a história não tiver bonecos apago por completo.

Não há pachorra 2

E continuam com a mesma conversa. Quando? Quando é que isto vai acabar? Só em mês e meio já levámos com ele (leia-se: o Orçamento de Estado) mais de 18 mil vezes.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Já não há pachorra

Se ouvir falar mais uma vez de FMI, OCDE ou Orçamento de Estado sou capaz de ter um colapso. Por favor, mudem o disco. Nós já estamos fartos de saber que estamos enterrados até às orelhas.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Realidade bem melhor que ficção

Era uma vez um mineiro que se chamava Jhonny Barrios e que um dia saiu de casa para trabalhar e nunca mais voltou. Ou melhor, e para bom rigor das palavras, voltar é um facto que ele não voltou, mas o regresso pode estar para breve. Avançando na história, o trabalhador, que labutava numa mina chilena, foi vítima de uma tragédia de proporções épicas e à altura dos melhores dos filmes de Hollywood - ficou preso debaixo da terra, a muitas centenas de metros de profundidade, durante mais de dois meses.
Mas aquilo com que ele não contava - que isto de ter sido quase enterrado vivo não mais são do que ossos do ofício - é que o que podia não ter passado de mais um acidente de trabalho, como tantos outros, se iria transformar num drama que bem lhe pode ter garantido um bilhete, com direito a malas feitas, gritaria, escabeche e muitos cabelos arrancados, para fora de casa. Isto apesar de ficar sem tecto ser um risco que ele não deve correr.
E porquê? O que o senhor não contava era com a dedicação da mulher, a legítima, e ainda da amante, aquela cuja existência a primeira desconhecia. E desenganem-se os que pensam que a tragédia as uniu. É verdade que a polícia as teve que separar algumas vezes, mas não porque partilhassem a choradeira, senão porque as duas clamam ser único amor da vida do sr. Jhonny Barrios. O mesmo que já disse aos colegas querer ser o último a sair do buraco em que se encontra.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tempo, não voltes para trás... Mas por favor abranda

Os dias repetem-se no calendário. Uns a seguir aos outros. Invariavelmente. Tal como as horas, que se sucedem no relógio com a mesma cadência monótona. Nem mais depressa, nem mais devagar. Mas ainda assim nunca o tempo me pareceu passar tão depressa como agora.

Quando olho à minha volta, o tempo parece correr, frenético, numa convulsão vertiginosa que me põe a cabeça a andar à roda. Os ponteiros do relógio não mudaram o seu ritmo, mas ainda que o seu movimento se mantenha compassado, a verdade é que tudo mudou.

Parece que fechei os olhos ao som do agudo de um bebé e os abri para ouvir o discurso composto de um menino. Da total e completa dependência, que me garantia atenção e me encarregava de tudo controlar, enfrento agora uma independência que, se por um lado me fascina, me deixa totalmente aterrada.

E quando olho para aquela pequena criatura, que se prepara para ir, pela primeira vez, à festa de anos de um amigo de igual tamanho, quando o vejo fazer tudo sem a ajuda que antes me dava o papel principal na sua existência, confirmo que o tempo passa mesmo depressa.

Isto deve ser o que chamam crescer... E que bom é vê-lo crescer! Mas só gostaria que o tempo abrandasse um bocadinho. Começo a ficar sem fôlego de tanto correr para o acompanhar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Fu** You

Se calhar sou eu que sou antiquada. Ou excessivamente moralista. Ou, pronto, vou dizê-lo, velha. Mas mesmo sob pena de parecer um diácono Remédios de saias, aqui vai: não consigo compreender qual poderá ser o interesse de fazer uma música chamada Fuck You, que nos brinda, nos poucos (graças ao Senhor) minutos que dura, com fuck you para aqui, fuck you para ali, no fundo, fuck you para todo o lado. Eu tentei, a sério que sim. Despi-me de preconceitos, mandei para fora da janela entreaberta qualquer conservadorismo moralista que me pudesse toldar o discernimento, e ouvi a música até ao fim, apesar de ter pensado em mudar de estação várias vezes durante a mesma. E finda a dita maravilha, da autoria de Cee Lo Green, a minha opinião não mudou. Pois que continuei a pensar no porquê. O argumento da originalidade nem cabe aqui. Mesmo que Lily Allen não tivesse já sido autora de proeza idêntica, exemplos não faltam de musiquinhas que recorrem ao asneiredo. Percebi que o senhor Cee Lo Green estava frustrado com qualquer coisa, mas mesmo assim... E agora, sob pena de me transformar mesmo numa diácono Remédios, será que havia mesmo necessidade?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Esperteza canina

Conheço um cão que, quando quer atravessar a estrada, não se lança, qual doido, para o meio da mesma, sob pena de por lá ficar para sempre. Não. Põe-se à beira da passadeira, espera e depois atravessa, com firmeza nas patinhas negras e a cabeça erguida com o orgulho de quem sabe que é por ali, por cima cima daquelas riscas brancas pintadas no chão, que se deve passar. Por isso, não compreendo como é que há tanta gente incapaz de fazer o mesmo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sleep tight, don't let the bed bugs bite

Quando não tenho nada para fazer, paro para pensar no que me rodeia. E quando isso acontece desejo sempre não o ter feito. Como hoje. Forçada pelo tédio, decidi ver uma galeria de imagens da Time sobre a bicharada que nos povoa a cama e que (felizmente) não conseguimos ver. Grande erro. Grande, grande erro.




sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Porque é que temos as pessoas por garantidas?

Às vezes temos as pessoas por garantidas. Achamos que, só porque estiveram ali a nossa vida inteira, nunca vão deixar de estar. Imaginamo-las como rochedos e nunca pensamos em como seria sem elas, até porque, como rochas que são, nem um abalo mais forte as poderia derrubar...
E mesmo quando somos confrontados com as suas fragilidades, forçados a olhá-las como as pessoas que são, mesmo assim continuamos a acreditar que tudo vai passar. Afinal, para onde é que podiam ir, se sempre estiveram ao nosso lado, ainda que fisicamente distantes? E pensamos: mas eu não quero que vá! E esperneamos, choramos, fazemos birras, como se isso fosse suficiente, como se a nossa vontade conseguisse atrasar o destino.
Porque é que temos as pessoas por garantidas? Porque é que pensamos sempre que o tempo que com elas tivemos foi pouco quando tantas vezes nada fazemos para o apreciar? Porque é que não queremos que vão quando pouco fizemos para que ficassem?   

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Animais no Metro




Confesso que, nas muitas voltas dadas pelo Metro de Lisboa, nunca parei para tentar identificar animais desenhados no mapa das linhas. Talvez porque a minha atenção é sempre desviada para a fauna que, não raras vezes, povoa as muitas carruagens. Mas um grupo de adeptos do Metro londrino decidiu fazê-lo e descobriu uma autêntica arca de Noé.
http://www.animalsontheunderground.com/

domingo, 12 de setembro de 2010

Três

E, de repente, já passaram três anos...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Parece um personagem de um qualquer filme de ficção científica, mas não é. Trata-se de um peixinho e foi eleito o mais feio do Mundo. Mas eu acho uma injustiça. O blobfish, vizinho do diabo das Tasmânia, até nem é assim tão feio...

domingo, 5 de setembro de 2010

Sou feliz

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

Alberto Caeiro

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Volta, Daniel LaRusso

Os remakes até podem estar na moda, mas há coisas que não voltam a ser como eram. É o caso do Karaté Kid. Esta novidade que nos chega agora protagonizada pelo filho do Will Smith bem pode ter o nome do original, mas por favor... querer comparar-se ao protagonizado pelo Ralph Macchio, que tinha bastante bom aspecto nos anos 80 (eu sei que o senhor não envelheceu como o vinho do Porto, mas também não se pode querer tudo!), toca a fronteira da ofensa. E quem é que não teve uma paixoneta pelo Daniel LaRusso, com a sua fita na cabeça? Quem é que não sonhou acordada ao som do Glory of Love, do Peter Cetera (ok, não é nenhum Beethoven, mas para a época alta das festas de garagem até nem era nada mau)? É caso para dizer: Oh,Jaden Smith, cresce e aparece!

A ferro, fogo e cerveja

Em Moçambique, o que começou por ser uma manifestação acabou em autêntica guerra campal. Os populares saíram à rua para protestar contra o aumento do custo de vida. As subidas anunciadas dos preços da energia, da água e do pão motivaram a revolta, que podemos compreender e com a qual até somos solidários, até porque por cá vontade não falta de fazer o mesmo.
A Lusa estava no terreno e dava conta de tudo o que se passava. Descreveu os carros incendiados, as estradas cortadas, as lojas pilhadas. Mais uma vez, até dá para compreender. Afinal, o pão ia ficar mais caro, o que justificava que os populares invadissem várias lojas, das quais a Lusa os viu «a sair carregados de caixas de cerveja mas também com refrigerantes e arroz». Pelo menos de uma coisa ficamos com a certeza: sede não vão ter de enfrentar nos próximos tempos.

domingo, 22 de agosto de 2010

%&$%# de melga

Há muitas coisas que eu não gosto no Verão: o calor abrasador, a roupa colada ao corpo, os banhos de suor dos que desconhecem o significado da palavra desodorizante... Mas há uma coisa de que eu não gosto mesmo nada: acordar às três da manhã por causa da &%$## de uma melga, que depois nem é capaz de se dignar a pousar na parede ou no tecto, onde a podemos ver e onde poderia ter uma morte digna. Em vez disso, obriga-nos a perscrutar o quarto minutos a fio, que de madrugada mais parecem horas, reparando em detalhes que ficavam bem melhores na ignorância (como uma certa mancha na parede). Um episódio que nunca acaba sem que sejam proferidas algumas palavras mais amargas e menos próprias e cujo desfecho é invariavelmente o mesmo (a não ser que a melga opte pela fuga): o raio do insecto totalmente esborrachado.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Falta de espaço ou de educação?

Eu sei que a terra é um bem escasso, que já não se fabrica, que a subida do nível das águas ameaça ainda torná-la mais rara, etc,etc,etc. Mas isso não impede ou afasta a irritação quando vejo alguém, numa praia quase vazia, estender uma toalha quase em cima de mim. Qual é a necessidade de partilhar odores com alguém que não se conhece de lado nenhum, de ouvir conversas de gente que não estou interessada em conhecer melhor, de levar com a areia quando decidem sacudir as toalhas??

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Simplicidade

É curioso como digo tantas vezes nunca. E ainda é mais curioso a quantidade de vezes que contradigo, por actos, pensamentos e vontades, o advérbio que tão arraigado está no meu vocabulário.
E já nem falo nas coisas mais profundas. Basta pensar nas mais simples. Hoje é com grande orgulho que dou por mim a admirar o meu (pequeno, é certo, mas muito composto) jardim de cheiros. A forma como as ervas aromáticas se mantêm nos seus vasos, cuidadosamente escolhidos, e perfumam o ambiente deixa-me feliz. Uma felicidade tão simples!
E logo eu, que tantas vezes disse nunca à terra, que fugi de nela mexer... Agora, não passa um dia sem que encha as unhas de terra escura, sem que ande às voltas com o regador, sem que abra a porta da cozinha para deixar entrar o aroma do alecrim, da alfazema ou do tomilho. Como eu gosto da minha pequena horta!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sonho a cores

Esta noite sonhei com o 'Martim Manhã'.

É oficial. Ver desenhos animados a mais é prejudicial para a saúde.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Parem de me castigar, por favor

E o site hoteis.com voltou a fazer das suas. Ainda mal refeita das vistas que há dias me tinham enviado, decidiram agora presentear-me com mais imagens de fazer inveja. É um facto que não gosto de praia... não compreendo o conceito subjacente ao estar estendido, qual lagarto, durante horas a fio. Mas é impossível ficar insensível a estes autênticos postais ilustrados de algumas das mais bonitas praias do Mundo.

sábado, 17 de julho de 2010

Você decide

Ainda não conheci ninguém com motivos para dizer bem do funcionamento dos serviços de finanças. Mas normalmente as pessoas não têm motivos para rir quando falam das suas experiências. Já comigo foi risota até mais não. É que abrir a caixa do correio e encontrar duas cartas das Finanças, datadas do mesmo dia, assinadas pela mesma pessoa, uma que dá conta que o pedido de isenção de IMI foi deferido e outra que diz que foi indeferido, não acontece todos os dias. Ou se calhar até acontece. E agora? É para eu escolher qual a que quero? Se sim, está feito. Escolho a primeira.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tímida ou selectiva?

Não gosto de confusões. Ou tão pouco de multidões. Rejeito a solidão, mas sou adepta da contemplação. Gosto mais de ouvir do que de falar, de observar do que de comentar... Se isto faz de mim tímida, introvertida ou acanhada não sei. Até porque nunca fui grande fã de rótulos, a não ser os que estão colados nas embalagens. Mas fiquei contente ao ler um artigo que fazia a crítica a um livro - A Vantagem do Tímido - e onde se lia que os pouco expansivos têm qualidades únicas, como a concentração e a capacidade de observação. Embora não me considere tímida (sou simplesmente selectiva nas escolhas daqueles com quem falo ou com quem me dou) e não poucas vezes ande com a cabeça nas nuvens - a distracção, essa sim é uma característica que colou - gostei de conhecer estas vantagens. Até porque, "um homem discreto normalmente é admirado - quando consegue que as pessoas o ouçam". 

terça-feira, 13 de julho de 2010

Férias, férias, férias....

O site Hotéis.com enviou-me hoje um mail com imagens dolorosas. Não, não eram fotos de uma qualquer guerra, de mortos, feridos ou estropiados ou tão pouco de uma catástrofe natural. Não. Mas a dor que senti ao vê-las não foi inferior, sobretudo quando já cheira a férias, quando o cansaço de um ano de trabalho quase sem interrupções já pesa... Os senhores sugerem aos viajantes que fiquem alojados nos locais com as melhores vistas. Eu concordo com as sugestões, mas que isto parece uma autêntica tortura, lá isso parece.


Esta é de Machu Pichu, uma cidadezinha que não me importava nada de visitar. E esta é a vista de um dos quartos do Machu Picchu Sanctuary Lodge, um modesto hotel de quatro estrelas, à beira da Montanha Huyana Picchu e do Rio Urubamba.



O Intercontinental Hong Kong parece ser um hotel ainda mais modesto que o anterior. E a vista... palavras para quê?



Se me perguntassem se eu gostava de ir à Tailândia, a resposta não é muito difícil. Nem por isso. Mas esta imagem podia facilmente fazer-me mudar de ideias - vista da Baía de Phang Nga, a partir de um dos quartos do Aleenta Resort e SPA.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Eu digo não!

"O Mundial é mais agregador e consegue recolher alguns dos que normalmente resistem. Ficar de fora já é ser contra Portugal, já é recusar os amigos, a festividade, já é ser parvo, antissocial, já é não permitir que as pessoas tenham prazer, tens que aderir, tens que entrar. A Selecção torna-se um elemento de pressão fascizante. Eu digo não!"

Nunca as palavras de Luís Pedro Nunes me soaram tão bem. Eu também digo não!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Primeiro, mandou-me calar. Agora, sempre que a conversa não agrada, diz, do alto dos seus quase três anos:

"Pouco barulho! Vai já para a cozinha!"

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Primeiro, a sopa

Há histórias de vida que parecem autênticos filmes. Dona Z., 78 anos, a partilhar a experiência de como foi quando sofreu um AVC:

"Estava na cozinha a fazer sopa e senti que se me enrolava a língua. Ainda falei para o meu marido, mas ele não me conseguia perceber. Fui chamar o meu afilhado, só que ele não estava. Então voltei para casa e como tinha o feijão a cozer, fui apanhar umas couves ao quintal e miguei-as para acabar a sopa."

terça-feira, 22 de junho de 2010

São as hormonas, senhores

Gostava de acordar bem-disposta todos os dias, de colar na cara um sorriso, como se colam os vestidos nas bonecas de papel. Gostava de não sentir vontade de fugir para um regaço amigo, de conseguir controlar as lágrimas que de quando em vez teimam em fugir dos meus olhos. Gostava que me passassem a mão pela cabeça, que me aninhassem no colo. Gostava de não ter vontade de bater nas pessoas só porque me dão os bons dias. Gostava de, até isto acabar, ser invisível. Ninguém disse que ia ser fácil, mas tem que ser tão complicado? E nem mesmo a perspectiva de que o sofrimento está a chegar ao fim me serve de alento. Mas no meio de tudo isto há uma coisa boa: a paciência dos que mais amo, que me têm aturado as birras e ignorados os ataques de mau humor... Mas em minha defesa, são as hormonas senhores....

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Amigo do ambiente ou do alheio?

«Os consumidores verdes às vezes são moralistas – e podem escorregar facilmente nas suas convicções. Uma nova pesquisa sugere que a pessoa que compra produtos verdes é mais susceptível a roubar, ser egoísta e trapaceira.»


Esta doeu. Então anda aqui uma pessoa a carregar sacos de lixo, depositados fielmente no Ecoponto, a rejeitar a compra de fruta e legumes estrangeiros, que gastam rios de CO2 para cá chegar, a preferir produtos amigos do ambiente para depois ser ofendida desta maneira?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Were the wild things are

É mágico, como aliás é tudo o que nos é dado a mostrar pelo olhar de uma criança. Mas o mais incrível é como nos envolve na sua magia, como nos consegue transportar para aquele mundo e nos faz querer lá ficar.

Perdão, arroz de polvo

Insultei-o sem dó nem piedade. Apontei-lhe o dedo acusatório, sem provas a não ser a certeza interior que me garantia que a culpa tinha sido dele. E apenas dele. Tudo para depois descobrir que a causa de todos os nosso males era outra. Por isso, a penitência é exigida e faz-se acompanhar pelo sincero pedido de desculpas ao arroz de polvo do Rocha. É verdade que os muitos vómitos, que as dores intensas, que iam da ponta dos cabelos à ponta dos dedos, que a febre que quase me levou ao delírio pareciam sintomas de uma intoxicação alimentar. E o arroz do almoço de domingo, com os seus pedaços de polvo, perfumado com os coentros picados, parecia o único suspeito provável. Pois que o médico repôs a verdade. A culpa foi de uma virose, que se espalhou como lume em erva seca, atingindo todos. As minhas desculpas, arroz de polvo. Mas mesmo assim, a verdade é que tão cedo não vais ter lugar em nenhum dos pratos cá de casa.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Contas da vida

A Sábado publica esta semana os dados de um site inglês que decidiu contabilizar o que fazemos ao longo da vida.

Gargalhadas 435 265
Sonhos 104 390
Amigos 1700
Banho 5 803 horas
Limpar a casa 11 289 horas
Dores de barriga 315
Bolos 35 000
Barras de chocolate 10 354
Dores de cabeça 1 256

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Brasil vence Mundial 2010

Quem vai ganhar o Mundial de Futebol é coisa que não me tem ocupado grandemente o espírito. A poucos dias do início do campeonato, admito que não tenho nenhum feeling e já estou pelos cabelos com o som irritante que sai daquelas coisas que vieram lá da África do Sul para servir de teste à nossa sanidade mental, ou pelo menos à minha. Mas não resisti a ler um artigo que dá conta de quem vai ganhar o campeonato. E o vencedor vai ser: o Brasil.

Quem o garante é um economista inglês, o senhor Stefan Szymanski, que fez umas contas mirabolantes. Com recurso a uma complexa equação que mistura a população de cada país, o rendimento médio dos seus habitantes e a experiência anterior no futebol, chegou à conclusão que serão os brasileiros a erguer a taça. E Portugal? Bem, nós passamos aos oitavos de final, depois jogamos contra a Espanha e dizemos adeus.


Infografia revista Época

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Um drama à italiana

"O nosso filho é o que mais está a sofrer com esta situação." As palavras são da mulher do italiano Flavio Briatore, que dava ontem conta de um autêntico drama à italiana. Dizia então a senhora, que dá pelo nome de Elisabetta Gregoraci - e que, surpresa das surpresas, é modelo - que a apreensão pela polícia do iate da família está a ser devastadora. Imagino que sim. Perder um iate não deve ser nada fácil. Mas o pior de tudo nem é para os adultos. Não, que estes adaptam-se aos mergulhos no mar, às festas a bordo regadas (aposto eu) com muita bebida (e não só), aos banhos de sol no convés, aos filmes na sala de cinema, às sessões de fitness no ginásio, ao jacuzzi, etc, etc, etc. Não, senhor. O problema é que a maior vítima desta brutalidade da justiça, segundo a mãe, é o filho do casal, que nunca mais voltou a estar "tranquilo e sereno". E como é que podia? Qualquer bebé de dois meses dificilmente recupera de uma tragédia assim.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Perdida no estacionamento

Sou uma cabeça no ar. É um facto e isso justifica a quantidade de vezes que me esqueço de onde está o carro no parque de estacionamento. Por isso, esta notícia agradou-me e iria agradar-me ainda mais se esta coisa desse para adaptar a qualquer carro.

"O novo aplicativo de smartphone desenvolvido para o carro eléctrico Volt pretende acabar com o velho problema de quem nunca lembra onde deixou o veículo ao voltar das compras no shopping ou supermercado. O software ajudará a localizar onde o carro está parado dentro do estacionamento lotado, de acordo com informações do site Dvice.com. É só adicionar o programa, que ele o guiará até o automóvel."

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Tédio a quanto obrigas

Não gosto de futebol. Não gosto, pronto, o que é que hei-de fazer? Mas o tédio, o aborrecimento, a falta do que fazer num dia em que não podia mesmo rumar a casa forçaram-me a olhar com mais atenção para um livro que, confesso, em nenhuma outra circunstância seria apanhada a folhear. Mas enfim, como a espera era ainda longa, decidi abrir e ver. Versava sobre os mundiais de futebol e dizia conter o essencial sobre o tema, seja lá o que isso for. E até tinha algumas coisas curiosas:
- a primeira taça do vencedor do Campeonato do Mundo foi roubada duas vezes e salva por um cão que, com o faro digno de um canídeo que se preze, a encontrou nuns arbustos (onde provavelmente iria alçar a pata, acrescento eu);
- Jules Rimet é o senhor responsável pelas dores de cabeça que me esperam no próximo mês. Ao que parece, foi ele que lutou 16 anos pelo sonho de um Campeonato do Mundo (mais valia estar quieto ou dedicar-se ao croché);
- o Mundial de 1990 foi o pior da história, diz o livro. Teve poucos golos, pouco talento e muita polémica. Parece que não deixou saudades. Sentimento que compreendo: a mim nenhum deixou saudades ou corre o risco de vir a deixar.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sempre quero ver como os vão resolver...

Eu bem me parecia: os criadores de Lost imaginaram mistérios sem pensar na solução.

http://www.nytimes.com/2010/05/16/arts/television/16weblost.html?scp=2&sq=lost&st=cse

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Adeus, monotonia

Para quem acha que tem uma vida monótona e que chega ao fim do dia sem nada de novo para contar, o remédio é simples (pode não ser barato, sobretudo nos dias que correm, mas é simples): ter um filho. Desde que o meu nasceu que a minha vida passou a dar um autêntico filme. Nunca mais tive escassez de conversa, nunca como antes tive tantas novidades ou histórias curiosas. É verdade que também nunca como antes dormi tão pouco ou tive tão pouca paz de espírito, mas isso parece-me mesmo um preço baixo a pagar por tamanha animação. Um dia, é o apelo do naturismo que fala mais alto, traduzido na exigência de ficar nu, que não se compadece com os 14 ou 15 graus de temperatura que o esperam lá fora; noutro dia é o despertar às seis da manhã, hora ideal, concordam todos, para saltar da cama e ir para a cozinha, decidido a fazer papa, colmatando o apelo da barriga vazia. Podem também ser os ataques violentos, quando encarna a personagem de Batman (ou batemén, na versão corrigida), justificados com a veracidade que é importante dar à personagem. Quando não manda calar a mãe, pode mandá-la para a cozinha, que é o local certo para qualquer progenitora... Enfim, uma montanha-russa de emoções, que nos podem bem deixar com os bofes de fora, mas torna a nossa vida muito colorida... e feliz!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A minha vida dava uma infografia

O que eu mais gosto de comer, quantas horas durmo, qual o meio de transporte que mais uso... As respostas a perguntas da minha vida, todas juntas, dão uma infografia.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Alce, onde estás tu?

Ainda não foi desta que vi um alce, mas esteve quase. À medida que nos aproximávamos do hotel em Almhult, que fica praticamente no meio do bosque, multiplicavam-se os avisos: cuidado com os alces. Ontem de manhã (leia-se às 4h40, hora que a luz do sol fez o favor de me acordar), quando corri as cortinas e olhei para fora da janela, tive pena de não ter um visitante ali fora, à minha espera. Talvez para a próxima. É que, se o ditado estiver certo e não houver mesmo duas sem três, a Suécia ainda me vai receber novamente.

P.S. Agosto é definitivamente milhões de vezes melhor que Maio para fazer uma visita à Escandinávia. E eu até gosto de frio, mas há limites para tudo. Nunca dei tanto valor ao calorzinho nacional...

Viagem emocionante

Viajar de avião é sempre uma emoção para os meus ouvidos. Mas viajar de avião entupida até à raiz dos cabelos consegue ser ainda mais emocionante. Os senhores da TAP, sabiamente avisam: se estiver congestionado, ponha umas gotas. O pior é mesmo quando as gotas não conseguem passar a barreira da ranhoca. Resultado: quando se aterra, não só mal ouvimos, como ainda mal conseguimos ver, já que a congestão espalha-se por ali fora.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Adeus, caderno manhoso

Quando o vi, quis logo levá-lo para casa. A imensa fila de gente que, nesse dia, decidiu fazer compras levou-me a adiar a compra. Só de pensar que já o podia ter nas mãos, que poderia estar, neste momento, a enchê-lo com as mais deliciosas receitas.... O que é certo é que o caderno manhoso, usado até agora, tem os dias contados. E a promessa foi feita... desta semana não passa!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Amor de mãe

Há coisas que nunca pensámos que nos pudessem vir a acontecer. E, sem qualquer aviso, tudo muda depois de ter um filho. Nesta altura, a vida ganha uma nova máxima. E já não falo das nódoas constantes na roupa, marcas que as pequenas mãozinhas teimam em deixar, aqueles pedaços de comida que só reparamos quando chegamos ao trabalho ou, pior, quando os outros nos chamam a atenção com um olhar reprovador que, sem precisar de palavras, grita a alto e bom som: "grande badalhoca". Depois, há o chichi que, qual mangueira incontrolável, nos teima em regar mesmo quando pensamos que já nada nos apanha desprevenidos. Hoje, tive uma estreia com direito a banho completo (meu) e muda de roupa: um banho de vómito. Já imagino os olhares de repugnância e aversão, as exclamações de horror, os trejeitos de pena. Mas a verdade é que, no meio da confusão que subitamente se instalou em casa, da correria para evitar ainda mais estragos (sei agora que pior era mesmo impossível), a sensação não foi, como imagino teria sido há uns anos, a de horror. A sujidade que me cobria nunca me incomodou. O que mais impressão fazia era mesmo o choro e aflição de quem não queremos ver chorar, a pressa em ter tudo bem, para que ele também ficasse bem. Quanto ao resto, podia esperar. A roupa acabou por se mudar e o banho apagou todos os vestígios daquele momento. Depois ficou a certeza: se não é isto o amor de mãe, não sei o que será.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Há dias assim... e ainda bem

Há dias que gostaríamos que não chegassem ao fim, dias em que o tempo deixa de obedecer ao relógio, em que as horas se tornam minutos, em que o barulho mais se parece música... Há dias que há muito desejávamos, embora sem saber; em que percebemos que as pessoas que nos enchem a casa há muito nos enchiam o coração. Há dias em que é bom recordar e lembrar um passado que, afinal, esteve sempre tão presente. Há dias em que percebemos que somos mesmo muito felizes!!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Parabéns, Terra



By Nasa

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O que responder quando um filho de dois anos nos diz: "mãe, cala a boca!" ??

Comer... ou não

Uns com tanto...

...outros com tão pouco


By Time

domingo, 18 de abril de 2010

Do que uma simples nuvem de cinza é capaz


Aviões em terra.... tempestade no ar





quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pica miolos

Pode parecer picuinhas, mas irritam-me solenemente as pessoas que andam quilómetros a fazer pisca sem virar para lado nenhum... na estrada e na vida.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Nietzsche


Tinha nome de filósofo, esperteza de rato.
Adorava o sofá, qualquer um, sobretudo os que lhe estavam interditos. Afinal, também para ele, o proibido era sempre o mais apetecido.
Comia tudo... dos pedaços de bolacha que conseguia arrancar das mãos mais distraídas, aos caroços de maçã; dos lenços usados, impregnados com o cheiro dos que lhe eram queridos, aos nacos de carne que sobravam das refeições mais fartas, autênticos pedaços de céu que qualquer cão digno do nome é incapaz de resistir.
Gostava de correr, de sentir o vento nas orelhas, de ladrar ao carteiro e a todos os que, incautos, se atreviam a espreitar a casa alheia.
Era companhia mesmo quando o desejo era de solidão. Estava lá, nos momentos menos bons, disponível para receber e dar festas, daquelas que só ele era capaz. Esteve sempre nos momentos de alegria, pronto a celebrar e partilhar as euforias.
Era, mais do que um animal de estimação, um amigo, um companheiro... Era único. Era singular.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Frase do dia

Frase do dia:

"Há pessoas que são uma espécie de cocó... há quem não se chegue a elas, nem por nada. só em caso de última necessidade."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

E viva a Primavera!

O sol finalmente chegou, para aquecer os ossos cansados de tanto frio. Parece que a Primavera decidiu dar o ar da sua graça. E nada melhor para o celebrar do que uma mão cheia de lenços ranhosos, do que um nariz que insiste em não deixar passar o ar, do que uma cabeça que teima em pender, pesada, sobre a secretária. E viva a Primavera!

domingo, 4 de abril de 2010

The IT Crowd

Há uma nova aquisição cá em casa. Chama-se A Malta das TI (The IT Crowd, no original) e quando olhei para a capa da 1.ª temporada ainda tinha os Extras bem presente na memória e continuava inconformada com o facto do Ricky Gervais ter decidido que a 2.ª temporada seria, ao mesmo tempo, a última. Por isso, o entusiasmo não foi grande e foi quase contrariada que comecei a ver. Ok, não é nenhum Extras, mas vale a pena. Os episódios são curtinhos, mas nem por isso a história deixa de ter um fio condutor; os personagens são exagerados, mas o exagero fica-lhes bem. Só é pena o tempo ser pouco para tanta coisa boa para ver.  

O ranho da solidariedade

É curiosa a solidariedade. Tanto que sou surpreendida, vezes sem conta, com a forma como nos interessamos. Já perdi a conta ao número de vezes que assisti, fruto de um claro interesse superior pelo outro, a quem abrande ao ponto da quase imobilização quando passa, nas estradas, por um acidente, por alguém com um pneu furado ou pelos que são forçados a conduzir um chaço que pára quando menos se espera ou deseja, não se importando com as filas de trânsito que essa redução de velocidade pode causar. Afinal, o mais importante é mesmo verificar que está tudo bem com o colega humano. E aqui confesso-me um ser inferior, incapaz de professar a mesma capacidade de abnegação. Depois, há outro tipo de solidariedade - e se esta fosse um rebanho, então eu seria uma ovelhinha - a da ranhoca, dos espirros, das dores de garganta. Há quem lhes chame vírus, mas eu prefiro pensar que não passa de solidariedade pura e dura aquela que nos leva a sentir os mesmos sintomas dos que nos rodeiam, sobretudo quando se trata de uma constipação ou gripe.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Para amantes do bigode e das quintas

Desconfio que são poucas as alminhas que não pertencem a uma qualquer rede social, já que as há para todos os gostos, onde mesmo os menos sociáveis podem coleccionar amigos ou fazer comentários que de outra forma ninguém estaria disponível para ouvir ou ler... E quando julgava que nada mais me surpreenderia, eis que descobri um artigo que dá conta da existência de mais umas quantas destas redes, destinadas a públicos específicos.

- My Free Implants é o nome de um espaço que reúne... moças que desejam ter peitos mais avantajados, mas que não têm verba para o financiar. Através desta rede, poderão ter a sorte de conseguir um par de mamocas à borla, cortesia de um qualquer cavalheiro mais simpático (e abonado). 

- Esta já cá faltava e tendo em conta a onda dos filmes para teenager que têm invadido os cinemas, até admira não ter aparecido mais cedo. A VampireRave pretende ser, dizem eles, a maior rede de informação sobre vampiros do Mundo.

- Este é para os que andam aí a pedir bigodes nos jogadores da selecção de futebol - o Stache Passions é dedicado aos amantes do bigode e nele podem-se procurar os bigodes mais jeitosos (como se isso existisse) e como ter o melhor.

- E para quem anda para aí viciado em quintas, não há melhor que o Farmers Only é um espaço onde os agricultores procuram, por entre as couves, o amor verdadeiro.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Ora aí está

"Apenas um em cada dez membros dos conselhos de administração das maiores empresas europeias cotadas em bolsa é uma mulher e todos os governadores dos bancos centrais da UE são homens. A economia só teria a ganhar com a plena representação das mulheres em cargos de topo, lê-se no relatório hoje apresentado pela Comissão Europeia."

quarta-feira, 24 de março de 2010

Jogos.... só se for à tarde

Até nem sou uma pessoa fundamentalista - sou antes praticante do vive e deixa viver. Mas gostava muito de conhecer a mente iluminada que decidiu que os jogos de futebol devem realizar-se à noite e mais, que devem ser televisionados. Gostava de lhe dizer que, graças a ele, são várias as noites em que - volto a reforçar que sou uma pessoa pacífica - me apetece bater em alguém, me apetece atirar com um objecto contundente ao ecrã da televisão, me apetece gritar e não é de alegria pelo golo. Se for a contar as horas perdidas à espera que o raio do árbitro apite para o fim do raio da jogatina, se imaginar tudo o que podia ter feito durante este tempo... Só deixo uma pergunta: porque é que os jogos têm que ser à noite? Não éramos todos mais felizes se fossem realizados com o sol a brilhar a acabassem, sei lá, antes das sete da tarde? Ok, podíamos não ser todos mais felizes, mas pelo menos eu era!

Um dia bom

É impressionante as maravilhas que um pouco de sol com mar à mistura consegue operar pelo espírito. Acordar mal disposto torna-se complicado...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Obrigada, amigos Yuan, Qiu, Zhao, Huang, Zhang e Shu

Não percebo nada de fruta ou legumes. Até tenho medo de os comprar... e quando o faço, ou estão maduros de mais ou deviam era ainda estar pendurados nas árvores. Por isso, aplaudo a iniciativa dos srs. Sisi Yuan, Yiwu Qiu, Lei Zhao, Qiulei Huang, Liju Zhang e Weihang Shu. Para quem não conhece (imperdoável!), este grupinho de chinocas inventou um código de barras que acompanha o desaparecimento do viço nos alimentos. Ou seja, à medida que os legumes e frutas vão perdendo o seu fulgor, o código vai ficando cada vez menos perceptível, até deixar de existir por completo. Para quando esta maravilha nos supermercados??




quarta-feira, 17 de março de 2010

Novo olhar sobre a cidade

As ruas da cidade, que calcorreei vezes sem conta em autênticas maratonas que mais não eram do que a rotina diária, pareceram-me diferentes hoje. Os pombos que enchem as praças estavam no mesmo sítio; o casal que há anos acampa à porta da Procuradoria mantinha-se no mesmo local; as lojas que antes conhecia bem não mudaram de ramo; a lengalenga dos cegos no metro mantém-se igual, assim como o barulho das bengalas a bater no metal frio... Ainda assim, os edifícios, os carros, as cores, os cheiros ou as pessoas não eram os mesmos. Perdi-me no meio de uma confusão que nunca me confundiu. A cabeça andou à roda, como se fosse a primeira vez que a visse, como se nunca tivesse pisado aquelas calçadas, atravessado aquelas estradas ou ouvido as buzinas dos muitos carros que as percorrem. Só depois percebi que não foi a cidade que mudou, mas sim eu. Já não sou igual e, por isso, tudo me parece diferente.

terça-feira, 9 de março de 2010

A vida é bela

E se de repente alguém lhe oferecer flores?
Confesso que não sou grande fã dos bouquets. Ver os bonitos ramos a perder lentamente o viço nas jarras, a deixar cair folhas e pétalas até à decadência total e ao destino final - o caixote do lixo - faz-me muita confusão. Mas tenho que admitir que receber um ramo de rosas quando menos se espera, sobretudo quando este é presenteado pelo amor da nossa vida, faz maravilhas pelo ego. A verdade é que custa tão pouco fazer uma mulher feliz!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Homenagem aos eternos leitores


Há pessoas que têm hábitos estranhos. Há quem limpe o salão sem qualquer cerimónia, quem roa as unhas, sem poupar as dos pés, directamente até ao sabugo e depois há os que fazem da casa-de-banho uma sala de leitura. Confesso que alguns exemplares solitários de revistas ou jornais já ocuparam um lugar no meu wc, mas a falta de conforto e o frio tão característicos desta divisão acabaram por ser sempre superiores a um qualquer desejo de ocupar o tempo reservado às necessidades mais básicas do ser humano de uma forma mais lúdica. Por isso é que me surpreendo com os exemplos de verdadeira obstinação, capazes de passar dez, quinze, vinte minutos e até mesmo meias horas seguidas no espaço menos nobre - talvez injustamente - das casas. Admiro a resistência destes espécimes, a abnegação e, atrevo-me a afirmar, o espírito de sacrifício, em nome de um hábito que se quer ver cada vez mais desenvolvido, o da leitura quero eu dizer.

terça-feira, 2 de março de 2010

Mentira?

Há quem não consiga esconder o orgulho das suas raízes, quem as apregoe aos quatro ventos, as ostente, as difunda, as exiba... Depois, há os que, como eu, gostavam mais de as enterrar, de as ver desaparecer como por magia, de as apagar. Nem sempre foi assim. Alturas houve, talvez numa fase de afirmação, que não me importava de exibir a minha naturalidade, como se o facto de ter nascido num outro país me tornasse especial. Hoje, pertenço ao segundo grupo, aos envergonhados com a nação de origem e que a trocaram por outra, postiça e adoptada, mas que sentem sua.
Às vezes perguntam-me porquê. E a resposta é tão simples: que motivos tenho eu para me orgulhar de ter nascido num país que me rejeitou, a mim e aos meus, que nos espoliou de tudo, incluindo as recordações, que nos castigou como se culpa tivéssemos de uma guerra que nunca foi a nossa? E apesar de não me lembrar das águas azuis de uma baía sempre quente, das mesas fartas com iguarias por cá difíceis de encontrar, do gosto da cerveja fresca nos dias de calor, das festas constantes ao som de uma batida ardente, não me esqueço da mágoa nos olhos de quem amo ou do ressentimento que fez endurecer alguns corações...
Por isso, quando me perguntam onde nasci, a minha vontade é sempre mentir. Até porque, se sentimos nossa a terra que nos viu crescer, o sentimento de verdade sobrepõe-se a qualquer incorrecção propositada. Acho eu.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Dúvidas

Glasgow ou Edimburgo? Maio ou Agosto? Dois ou três? Tantas dúvidas, tão pouco tempo.

Risos, mesmo que amarelos

Novo lema da temporada:
"É sorrir e acenar, sorrir e acenar..."

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ontem, hoje e amanhã

Navegar pela nova base de dados nacional (pordata.pt) é um exercício no mínimo curioso. Serve para conhecer um pouco mais sobre como era o nosso país há um par de décadas.
Por exemplo, comprovar que, de facto, há muito menos criancinhas a nascer:
- 1960 - 219 164 partos;
- 2008 - 103 541

Ou ainda descobrir que esta coisa de dar à luz nos hospitais e maternidades é mesmo uma modernice:
- 1960 - 18,44% dos partos feitos em unidades de saúde
- 2008 - 99,78%

Depois, percebemos também que os bastardos são cada vez mais banais:
1960 - 9,5% nados-vivos fora do casamento
2008 - 36,2%

Que o casamento já viu melhores dias:
1960 - 69 457 matrimónios
2008 - 43 228

Ao contrário do divórcio, que nunca esteve melhor:
1960 - 1,1 por cem casamentos
2008 - 60,4
É impressionante a fragilidade de tudo o que nos rodeia, a rapidez com que, de um momento para o outro, as coisas que tínhamos como permanentes e adquiridas desaparecem quase sem deixar rasto.








Madeira (in Lusa)