Era uma vez um mineiro que se chamava Jhonny Barrios e que um dia saiu de casa para trabalhar e nunca mais voltou. Ou melhor, e para bom rigor das palavras, voltar é um facto que ele não voltou, mas o regresso pode estar para breve. Avançando na história, o trabalhador, que labutava numa mina chilena, foi vítima de uma tragédia de proporções épicas e à altura dos melhores dos filmes de Hollywood - ficou preso debaixo da terra, a muitas centenas de metros de profundidade, durante mais de dois meses.
Mas aquilo com que ele não contava - que isto de ter sido quase enterrado vivo não mais são do que ossos do ofício - é que o que podia não ter passado de mais um acidente de trabalho, como tantos outros, se iria transformar num drama que bem lhe pode ter garantido um bilhete, com direito a malas feitas, gritaria, escabeche e muitos cabelos arrancados, para fora de casa. Isto apesar de ficar sem tecto ser um risco que ele não deve correr.
E porquê? O que o senhor não contava era com a dedicação da mulher, a legítima, e ainda da amante, aquela cuja existência a primeira desconhecia. E desenganem-se os que pensam que a tragédia as uniu. É verdade que a polícia as teve que separar algumas vezes, mas não porque partilhassem a choradeira, senão porque as duas clamam ser único amor da vida do sr. Jhonny Barrios. O mesmo que já disse aos colegas querer ser o último a sair do buraco em que se encontra.
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