segunda-feira, 29 de março de 2010

Para amantes do bigode e das quintas

Desconfio que são poucas as alminhas que não pertencem a uma qualquer rede social, já que as há para todos os gostos, onde mesmo os menos sociáveis podem coleccionar amigos ou fazer comentários que de outra forma ninguém estaria disponível para ouvir ou ler... E quando julgava que nada mais me surpreenderia, eis que descobri um artigo que dá conta da existência de mais umas quantas destas redes, destinadas a públicos específicos.

- My Free Implants é o nome de um espaço que reúne... moças que desejam ter peitos mais avantajados, mas que não têm verba para o financiar. Através desta rede, poderão ter a sorte de conseguir um par de mamocas à borla, cortesia de um qualquer cavalheiro mais simpático (e abonado). 

- Esta já cá faltava e tendo em conta a onda dos filmes para teenager que têm invadido os cinemas, até admira não ter aparecido mais cedo. A VampireRave pretende ser, dizem eles, a maior rede de informação sobre vampiros do Mundo.

- Este é para os que andam aí a pedir bigodes nos jogadores da selecção de futebol - o Stache Passions é dedicado aos amantes do bigode e nele podem-se procurar os bigodes mais jeitosos (como se isso existisse) e como ter o melhor.

- E para quem anda para aí viciado em quintas, não há melhor que o Farmers Only é um espaço onde os agricultores procuram, por entre as couves, o amor verdadeiro.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Ora aí está

"Apenas um em cada dez membros dos conselhos de administração das maiores empresas europeias cotadas em bolsa é uma mulher e todos os governadores dos bancos centrais da UE são homens. A economia só teria a ganhar com a plena representação das mulheres em cargos de topo, lê-se no relatório hoje apresentado pela Comissão Europeia."

quarta-feira, 24 de março de 2010

Jogos.... só se for à tarde

Até nem sou uma pessoa fundamentalista - sou antes praticante do vive e deixa viver. Mas gostava muito de conhecer a mente iluminada que decidiu que os jogos de futebol devem realizar-se à noite e mais, que devem ser televisionados. Gostava de lhe dizer que, graças a ele, são várias as noites em que - volto a reforçar que sou uma pessoa pacífica - me apetece bater em alguém, me apetece atirar com um objecto contundente ao ecrã da televisão, me apetece gritar e não é de alegria pelo golo. Se for a contar as horas perdidas à espera que o raio do árbitro apite para o fim do raio da jogatina, se imaginar tudo o que podia ter feito durante este tempo... Só deixo uma pergunta: porque é que os jogos têm que ser à noite? Não éramos todos mais felizes se fossem realizados com o sol a brilhar a acabassem, sei lá, antes das sete da tarde? Ok, podíamos não ser todos mais felizes, mas pelo menos eu era!

Um dia bom

É impressionante as maravilhas que um pouco de sol com mar à mistura consegue operar pelo espírito. Acordar mal disposto torna-se complicado...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Obrigada, amigos Yuan, Qiu, Zhao, Huang, Zhang e Shu

Não percebo nada de fruta ou legumes. Até tenho medo de os comprar... e quando o faço, ou estão maduros de mais ou deviam era ainda estar pendurados nas árvores. Por isso, aplaudo a iniciativa dos srs. Sisi Yuan, Yiwu Qiu, Lei Zhao, Qiulei Huang, Liju Zhang e Weihang Shu. Para quem não conhece (imperdoável!), este grupinho de chinocas inventou um código de barras que acompanha o desaparecimento do viço nos alimentos. Ou seja, à medida que os legumes e frutas vão perdendo o seu fulgor, o código vai ficando cada vez menos perceptível, até deixar de existir por completo. Para quando esta maravilha nos supermercados??




quarta-feira, 17 de março de 2010

Novo olhar sobre a cidade

As ruas da cidade, que calcorreei vezes sem conta em autênticas maratonas que mais não eram do que a rotina diária, pareceram-me diferentes hoje. Os pombos que enchem as praças estavam no mesmo sítio; o casal que há anos acampa à porta da Procuradoria mantinha-se no mesmo local; as lojas que antes conhecia bem não mudaram de ramo; a lengalenga dos cegos no metro mantém-se igual, assim como o barulho das bengalas a bater no metal frio... Ainda assim, os edifícios, os carros, as cores, os cheiros ou as pessoas não eram os mesmos. Perdi-me no meio de uma confusão que nunca me confundiu. A cabeça andou à roda, como se fosse a primeira vez que a visse, como se nunca tivesse pisado aquelas calçadas, atravessado aquelas estradas ou ouvido as buzinas dos muitos carros que as percorrem. Só depois percebi que não foi a cidade que mudou, mas sim eu. Já não sou igual e, por isso, tudo me parece diferente.

terça-feira, 9 de março de 2010

A vida é bela

E se de repente alguém lhe oferecer flores?
Confesso que não sou grande fã dos bouquets. Ver os bonitos ramos a perder lentamente o viço nas jarras, a deixar cair folhas e pétalas até à decadência total e ao destino final - o caixote do lixo - faz-me muita confusão. Mas tenho que admitir que receber um ramo de rosas quando menos se espera, sobretudo quando este é presenteado pelo amor da nossa vida, faz maravilhas pelo ego. A verdade é que custa tão pouco fazer uma mulher feliz!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Homenagem aos eternos leitores


Há pessoas que têm hábitos estranhos. Há quem limpe o salão sem qualquer cerimónia, quem roa as unhas, sem poupar as dos pés, directamente até ao sabugo e depois há os que fazem da casa-de-banho uma sala de leitura. Confesso que alguns exemplares solitários de revistas ou jornais já ocuparam um lugar no meu wc, mas a falta de conforto e o frio tão característicos desta divisão acabaram por ser sempre superiores a um qualquer desejo de ocupar o tempo reservado às necessidades mais básicas do ser humano de uma forma mais lúdica. Por isso é que me surpreendo com os exemplos de verdadeira obstinação, capazes de passar dez, quinze, vinte minutos e até mesmo meias horas seguidas no espaço menos nobre - talvez injustamente - das casas. Admiro a resistência destes espécimes, a abnegação e, atrevo-me a afirmar, o espírito de sacrifício, em nome de um hábito que se quer ver cada vez mais desenvolvido, o da leitura quero eu dizer.

terça-feira, 2 de março de 2010

Mentira?

Há quem não consiga esconder o orgulho das suas raízes, quem as apregoe aos quatro ventos, as ostente, as difunda, as exiba... Depois, há os que, como eu, gostavam mais de as enterrar, de as ver desaparecer como por magia, de as apagar. Nem sempre foi assim. Alturas houve, talvez numa fase de afirmação, que não me importava de exibir a minha naturalidade, como se o facto de ter nascido num outro país me tornasse especial. Hoje, pertenço ao segundo grupo, aos envergonhados com a nação de origem e que a trocaram por outra, postiça e adoptada, mas que sentem sua.
Às vezes perguntam-me porquê. E a resposta é tão simples: que motivos tenho eu para me orgulhar de ter nascido num país que me rejeitou, a mim e aos meus, que nos espoliou de tudo, incluindo as recordações, que nos castigou como se culpa tivéssemos de uma guerra que nunca foi a nossa? E apesar de não me lembrar das águas azuis de uma baía sempre quente, das mesas fartas com iguarias por cá difíceis de encontrar, do gosto da cerveja fresca nos dias de calor, das festas constantes ao som de uma batida ardente, não me esqueço da mágoa nos olhos de quem amo ou do ressentimento que fez endurecer alguns corações...
Por isso, quando me perguntam onde nasci, a minha vontade é sempre mentir. Até porque, se sentimos nossa a terra que nos viu crescer, o sentimento de verdade sobrepõe-se a qualquer incorrecção propositada. Acho eu.