quarta-feira, 3 de março de 2010

Homenagem aos eternos leitores


Há pessoas que têm hábitos estranhos. Há quem limpe o salão sem qualquer cerimónia, quem roa as unhas, sem poupar as dos pés, directamente até ao sabugo e depois há os que fazem da casa-de-banho uma sala de leitura. Confesso que alguns exemplares solitários de revistas ou jornais já ocuparam um lugar no meu wc, mas a falta de conforto e o frio tão característicos desta divisão acabaram por ser sempre superiores a um qualquer desejo de ocupar o tempo reservado às necessidades mais básicas do ser humano de uma forma mais lúdica. Por isso é que me surpreendo com os exemplos de verdadeira obstinação, capazes de passar dez, quinze, vinte minutos e até mesmo meias horas seguidas no espaço menos nobre - talvez injustamente - das casas. Admiro a resistência destes espécimes, a abnegação e, atrevo-me a afirmar, o espírito de sacrifício, em nome de um hábito que se quer ver cada vez mais desenvolvido, o da leitura quero eu dizer.

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