segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Boas Festas e, já agora, um Feliz Natal

E pronto. O dia 25 já passou. Mas as luzinhas coloridas continuam a cintilar, o açúcar ainda não foi todo absorvido pelo organismo, o papel de embrulho, embora amarrotado, continua a dar cor (quanto mais não seja aos caixotes do lixo). E ainda há tempo para desejar umas Boas Festas, que isto do Natal, afinal, é quando o homem quiser. E eu cá quero, como dizem as músicas, que seja todos os dias.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Um Áirich Cófi pelo Natal

A minha odisseia pelas Teleculinárias de outras décadas (e pensando bem, outro século), fez-me tropeçar nesta preciosidade. Ninguém bate o Chefe Silva e o seu Áirich Cófi.

Choramingas

Não me lembro de alguma vez ter derramado uma lágrima a ler um livro. Tenho quase a certeza de nunca ter acontecido, ao contrário do que se passa com os filmes - qualquer um me faz chorar, às vezes ao estilo de uma autêntica madalena arrependida. Por isso, foi com surpresa que senti uma lágrima a romper quando terminei O Sítio das Coisas Selvagens. E o pior foi, no meio de uma viagem num comboio cheio de gente, tentar disfarçar quando a segunda, terceira e seguintes lágrimas ignoraram o meu desejo e se lançaram cara abaixo, qual rio descontrolado. Por isso, agora, decidi mudar o estilo de leitura. E O Diário a Rum promete muitas sensações, mas nenhuma que me leve às lágrimas.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O regresso

Depois de cinco anos com Lisboa no horizonte, em que a capital nada mais foi do que motivo de (raras) visitas, eis-me de volta e a tempo inteiro. Um regresso forçado e quase à força, sem tempo para grandes contemplações. E embora nada pareça ter mudado, é tudo diferente. O percurso, que era há cinco anos feito de forma automática, hoje custa um pouco mais. Pesam-me as pernas e falta-me a vontade para o subir e descer escadas constantes, para a correria, que deixo para os mais ansiosos, para os empurrões, de que ainda não sou exímia a desviar-me. No metro, os passageiros parecem os mesmos, as conversas não mudam muito - o tempo que vai fazer, a crise que não passa - e até os profissionais do peditório permanecem iguais (com um novo corte de cabelo ou pintura de unhas apenas a marcar a diferença). Mas ainda assim é tudo diferente. Ou pelo menos eu sou diferente. Resta-me adaptar à nova (ou velha) realidade, porque como diz toda a gente, é mesmo tudo uma questão de hábito. Ou vontade...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A vida num instante

Às vezes não é preciso muito para pôr as coisas em perspectiva. Hoje foi um desses dias. A estrada foi o palco de um acidente que aconteceu a poucos metros do meu nariz. Não foi nada comigo, mas podia ter sido. Foi apenas a sorte que evitou que um carro desgovernado, que atravessou duas vezes a auto-estrada em piruetas intermináveis, me batesse. Foi apenas a sorte que fez com que conseguisse travar a tempo, a mesma sorte que permitiu aos carros que circulavam atrás de mim fazer o mesmo.
E, por instantes, parecia-me apenas um filme, parecia que o tempo tinha atrasado para que pudesse assistir a tudo em câmara lenta.
Não foi nada. Mas ao mesmo tempo, foi muita coisa. Deu para ver que basta mesmo um instante para tudo acabar.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Duos improváveis

Não estou a ver o Sarkozy a trocar a sua Bruni pela Merkel, mas é um facto que o senhor francês tem fama de mulherengo. Ainda assim...



Este duo é altamente improvável, mas que seria bonito de ver (não literalmente, está claro), isso seria.

 
Obama e Chávez unidos pelo amor também não está fácil. Pode ser que o Pai Natal ajude.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

De volta ao passado

Parece que voltei ao passado. Ao cheiro do alho francês das sopas da minha mãe, às quais sempre torci o nariz; ao aroma do bife com a batata frita e o ovo a cavalo, um clássico também lá em casa; ao calor que enchia a casa, responsabilidade do bacalhau no forno. E tudo graças a um punhado de Tele Culinárias, com as quais cresci e que me habituei a ver estacionadas na bancada da cozinha.
E mais do que ao meu passado, parece que entrei dentro de um 'Conta-me como foi' dos anos 80. Numa altura em que, segundo o Chefe Silva, o bacalhau deixava saudades na maior parte dos lares (imagino que por culpa do preço elevado), em que as mulheres queriam-se em casa, agarradas ao fogão, em que sopa que era sopa não dispensava o feijão, em que o tradicional é que era bom.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Filósofo de palmo e meio

Frase do dia (acredito mesmo que do mês, quiçá do ano!):

"Mãe, por favor, eu quero nascer outra vez."
G., 4 anos

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Gitchee Gitchee Goo

Há desenhos animados sem interesse nenhum. Sem história. Sem ritmo. Sem aquilo que, quando era assídua dos programas de bonecada, me prendia à televisão. Hoje é assim e nem sei quem é que eles querem enganar. Quando nem um puto de quatro anos conseguem convencer a manter-se atento...
Mas no meio do deserto de marasmo que tem pautado os programas dos canais infantis, eis que me foi apresentado pelo especialista lá de casa o Phineas e Ferb. Confesso que, de início, temi pela minha sanidade mental. Pensei que era desta que ia capitular perante as maratonas televisivas que marcam o meu dia-a-dia. Pois não podia estar mais enganada. E não é que, hoje de manhã, dei por mim atenta ao Dr. Doofenshmitz, o vilão lá do sítio, castigado por traumas de infância que o tornaram num ser desprezível (mas falhado), inimigo número um do agente P., um verdadeiro agente secreto, ainda que, nas horas livres, não passe de um inútil ornitorrinco. Há ainda a Candance, a irritante adolescente, o Buford, o rufia que, no fundo, não mais é do que um gigantone com um coração doce, o Balgeet, a Isabella e muitos outros.
E como se isto não fosse suficiente, a banda sonora que acompanha a coisa é simplesmente fantástica. E contagiante. De tal forma que, por vezes, mesmo quando estou sozinha no carro, dou por mim a ouvir (e sim, confesso, a cantar) e a vibrar com as baladas e as rockalhadas.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ai

Ranho, muito ranho. Tosse. Dor de cabeça. Garganta inflamada. Confirma-se: está aberta a época das viroses, constipações, gripes e afins.

P.S. Obrigada, G., pelo banho (literal) de água fria, que me forçou a andar na rua, à noite, encharcada da cabeça aos pés. O teu contributo foi essencial para os litros de ranho que me saltam do nariz.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Outono perdido

Está calor. Muito calor. E eu, amante do frio, espero todos os dias pela brisa fresca que arranca as folhas castanhas e carrega o cheiro da lenha acabada de queimar. Mas em vez disso, em vez dos pratos fartos, que aquecem o corpo e aconchegam a alma, dou por mim a olhar para os limões e a imaginá-los transformados em limonada, num copo alto e gelado, única forma de afastar a sede que o calor impõe. E se a sopa de feijão teve que regressar à lista dos desejos, o Bolo de Maçã, este ninguém me tira.  

terça-feira, 4 de outubro de 2011

De mais (ou menos)?

Eu sei que é suposto a nudez 'vender'. Que ter belas mulheres, quase totalmente desnudadas, a promover um qualquer produto é garantia de que o mesmo terá visibilidade. Pelo menos a atenção masculina - e feminina, também, que as mulheres gostam de olhar, quanto mais não seja para dizer mal. Mas parece-me que tudo o que é demais (ou de menos) enjoa. Não?!



Ich liebe Hamburg

Depois de uma fria Glasgow foi a vez de visitar uma também fria Hamburgo. Pela segunda vez. Da primeira pouco me lembro, mas a segunda serviu para confirmar a impressão que tinha ficado: é uma cidade bonita, em muito parecida com Estocolmo ou Copenhaga (talvez por causa da imensidão de água), com uma miscelânea de pessoas, raças e cores diferentes, uma rede de metro capaz de confundir até o mais orientado e um sol que, apesar do frio, insistiu em brilhar.

                                     





quarta-feira, 21 de setembro de 2011

...

Rodei a chave de casa, o metálico estalido a ecoar pelo hall. E depois... o silêncio.
Corri todas as divisões, como que à procura do que sabia que não ia encontrar. E de novo... o silêncio.
Sentei-me num sofá vazio, reflexo de uma sala sem vida, e esperei. À minha volta... o silêncio, o mesmo que tantas vezes procuro, que insiste em ser apenas visita ocasional, tão fugaz como a passagem dos segundos no relógio.
Hoje, tenho silêncio. Um silêncio tão ensurdecedor que nem me deixa pensar. Um silêncio com que já não sei lidar. E dou por mim a pedir os risos, as gargalhadas descontroladas, os pedidos incoerentes, as repetições, os gritos, os beijos, os amuos... A desejar o caos em que se tornou a minha vida e sem o qual, afinal, nada faz já sentido.

O meu bebé

Pesa oito quilinhos e promete pôr muitos olhos a chorar. "O meu bebé!", poderia mesmo dizer o inglês Peter Glazebrook, que a cultivou.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A Escócia do meu descontentamento

Não sei se por influência do cinema, que fez questão de fazer autênticas visitas guiadas por zonas de uma beleza difícil de esquecer, se apenas por um fascínio sem justificação racional, o facto é que tinha criado muitas expectativas à volta da Escócia, país que sempre quis visitar. E talvez por isso, porque a fasquia era tão elevada ou porque, em vez dos lochs e highlands, não fui além da versão cosmopolita, Glasgow soube a pouco. A cidade, fria e ventosa, como parece ser hábito, mesmo no Verão, contrastou com a simpatia dos locais. O desalento transmitido por muitos edifícios abandonados, pelos espaços, esquina sim, esquina não, ocupados apenas pelo acumular de pó, tornou-se contagiante. E assim fiquei, com o mesmo desejo de visitar a Escócia, pelo menos aquela que habita o meu imaginário.




quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ughhhhhh

Hoje foi um daqueles dias em que me apeteceu mesmo dizer:


"Some cause happiness wherever they go; others, whenever they go."
Oscar Wilde

Domingo, onde estás tu

Eu sei que ainda é cedo para me queixar, que fui eu que pedi, etc, etc. Mas o calendário está sempre a olhar para mim, como que a gritar: "Amiga, domingos de folga, isso agora só no fim de Outubro!!"

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Que pena... para ti

Foi duro. Quatro semanas depois da despedida, eis-me de regresso à mesma secretária empoeirada, junto ao mesmo computador que não conhece o significado da palavra rapidez, a lutar com a mesma impressora que insiste em engolir o papel... E é duro quando, na hora de sair de casa, o G., ainda com três anos, mas já a abraçar a autoridade dos quatro, me pergunta:
- "Onde vais?"
- "Trabalhar", respondo, crente de que a pergunta é reveladora de umas saudades incontroláveis.
- "Dois dias seguidos?", volta ele.
- "Sim", digo. "Sabes, eu trabalho todos os dias."
- "Mas não trabalhaste durante muito tempo", continua ele, sem vontade de se dar por vencido.
- "Pois... a isso chamam-se férias. E já acabaram."
O olhar pensativo dá lugar a um encolher de ombros. E depois, a resposta, que põe um ponto final na conversa.
"Que pena... para ti!"




quinta-feira, 28 de julho de 2011

The dog days are over

A poucas horas de entrar de férias dou por mim a fazer um balanço de mais uma jornada de trabalho. E curiosamente descubro que, ao contrário de anos anteriores, aguentava mais uns dias - ou quiçá semanas - antes de me despedir da rotina das 11h00 às 19h00, da irritação causada por um computador que insiste em ter vontade própria, dos textos com números, da crise tornada tema recorrente, dos assuntos sem interesse, das pessoas sem interesse... enfim.
O que pode, vistas bem as coisas, significar que a minha capacidade de abstracção atingiu um novo nível, de tal forma que a maior parte das coisas que irritam me têm mesmo passado ao lado, ou então que, pura simplesmente, me tornei mais tolerante, menos exigente - comigo e com os outros -, mais prática. Que deixei de pensar mil vezes, de tentar encontrar significados escondidos em meias palavras, de levar a peito o que até nem tem a ver comigo. Ou seja, que finalmente cresci.

Mas seja como for, dou as boas-vindas às férias com o mesmo entusiasmo de sempre e recebo de braços abertos os dias a três, os encontros a 20 (ou mais), os almoços ao ar livre, as viagens sem destino traçado, as brincadeiras no parque, os mimos, os planos que não conseguem vencer o apelo do sofá. E que venham elas, as férias... É como diz sabiamente a música: "the dog days are over".

terça-feira, 26 de julho de 2011

O amor e a balança

Um estudo de investigadores da Universidade do Tennessee concluiu que a satisfação com o casamento é maior quando a mulher é mais magra do que o marido. Quando li a notícia, nem queria acreditar: mas agora os estudos científicos também são machistas? Porque raio é que esta teoria só funciona para um lado? Então os homens agora querem-se gordos e isso é suposto satisfazer as mulheres?

"Primeiro", lê-se no artigo, "eles [os cientistas] verificaram que o homem era mais feliz na união quando a mulher apresentava um Índice de Massa Corporal (IMC) menor do que o dele - isso já era esperado. No entanto, eles concluíram que as esposas também são mais satisfeitas quando seu IMC é menor".

Não há, pois, justificação científica para explicar porque é que elas não se importam com o peso deles. Mas para mim, esta é mais uma prova de que, ao contrário dos homens, para as mulheres a aparência não é tudo.   



quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sai, sai da minha vida... e dos meus sonhos

Não sou pessoa de ter muitas incompatibilidades. Ou ódios de estimação. Sou pela paz, detesto conflitos, fujo a sete pés dos confrontos e tenho tendência para ignorar as palavras mais amargas. Mas com o que eu não contava era com as partidas pregadas pelo meu subconsciente que, durante a noite, insiste em mostrar que há pessoas que eu não consigo mesmo gramar, que me irritam, que parecem existir num claro teste à minha paciência que, de resto, me orgulhava de ser infinita. Acordar de madrugada com o coração palpitante, arrepios de frio e uma sensação de angústia depois de sonhar com as palavras de uma certa e determinada pessoa fizeram-me ver que, afinal, tenho incompatibilidades. E ódios de estimação. E sou intolerante... pelo menos no que a algumas pessoas diz respeito. E de nada vale esforçar-me por esboçar, aqui e ali, um sorriso meio amarelo, ou fingir que me interesso quando, de facto, o que quero mesmo é distância.
E, já agora, que me deixe dormir descansada.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Para maiores de... 4


Já não me lembrava da última vez que tinha ido ao cinema. Não me recordava qual o filme, a hora do dia ou até o cheiro das pipocas que acaba sempre por invadir as salas. Com certeza tinha sido há muito, num passado ainda a dois.
E de repente, tudo mudou.
Os quase quatro anos de idade trouxeram com eles um apetite cinéfilo difícil de contentar. Resultado: a minha bagagem cinematográfica está mais rica, ou pelo menos mais colorida. Depois do Winnie e do seu apetite insaciável por mel, do Po e dos seus golpes - de barriga e não só -, dos truques de karaté que partilha com o Grou, a Tigreza, o Mestre Macaco, o Louva ou a Víbora, vieram os carros, a velocidade, o barulho dos motores a acelerar e, confesso, uma ou outra ocasional passagem pelas brasas, que isto de ir ver filmes depois do almoço tem destas coisas.
E com isto chego à conclusão, algo desoladora, que, em apenas um mês, já fui mais vezes ao cinema do que em vários anos da minha vida. E sempre para ver filmes para maiores de 4... ou 6! 

terça-feira, 5 de julho de 2011

Chocolate a quanto obrigas

A escolha era difícil. Milk caramel, milk smooth & creamy, dark rich & intense? Na dúvida, comi todos. E fiquei esclarecida: a neuhaus bate a Godiva aos pontos!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

C is for cookie...

"Tu estás a ficar obcecada!", dizia-me hoje o meu vizinho do lado, quando pesquisava onde comprar a última edição da Cake Design. Mas alguém me pode levar a mal? É ou não é irresistível?

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O primeiro passeio de veleiro... not

O céu estava azul. O mar calmo. No cais de embarque, com o seu mini colete salva-vidas já bem apertado, o G. esperava ansiosamente por entrar a bordo do 'Estou para ver'. Olhou para mim com uma ansiedade mal contida e eu pensei, com um orgulho desmedido, que o rapaz já não era mesmo um bebé. Claramente sai à mãe, veio-me de imediato à mente.

O capitão assumiu o seu posto e dirigiu-se às cerca de duas dezenas de pessoas que aguardavam pela oportunidade de ver Cascais a partir do mar.

"Isto não é nenhuma brincadeira", disse o ex-pescador. "Saber colocar o colete salva-vidas como deve ser pode fazer a diferença entre a vida e a morte", acrescentou. E continuou o seu discurso. Ao longo de cerca de quinze minutos, que mais pareceram duas horas, explicou o quão horrível pode ser a morte no mar, que morrer afogado não é pêra doce, que temos que ter cuidado com as rochas, para não morrer esmagado... Em cada fase, a palavra morte, usada como substantivo ou verbo, teve sempre lugar marcado.

O G. olhou para mim e gritou, com a força permitida pelos seus pequenos pulmões, um "não" aterrado. Eu esbocei um sorriso amarelo e fingi não ter percebido. Enfiei-lhe à pressa um doce na boca, na esperança de que se calasse. Sem resultado, Ele voltou a gritar, uma, duas, três vezes... "Eu não vou! ", dizia, quando o que queria mesmo dizer era: "não me deixes ir para a morte certa".

Conclusão: depois de me ter levantado às sete da manhã de um domingo, de ter andado a correr, em stresse, no dia destinado ao descanso, o que deveria ter sido o nosso primeiro passeio de barco a três acabou connosco em terra, a ver o barco desaparecer no horizonte.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Karma is a bitch

"Karma is a bitch!", dizia Earl, do alto da sua sabedoria.
E cada vez mais me convenço que assim é. "What goes around comes around."
Ou em bom português, cada um tem o que merece.

Ainda bem, mas...

"Pesquisas recentes mostram que nosso cérebro se engana quando sonha que uma casa na praia, um carro novo ou uma grande paixão nos deixariam mais satisfeitos. Mesmo sem nada disso, dizem os cientistas, estamos fadados à felicidade." 

Ainda assim, continuo a querer ganhar no Euromilhões.

sábado, 18 de junho de 2011

Aventuras no submundo da restauração

"Não como em restaurantes com casas-de-banho sujas. Não é difícil de perceber. Eles deixam-nos ver as casas-de-banho. Se o restaurante nem se preocupa em mudar o desodorizante do urinol ou em manter as toalhas e o chão limpos, imagine qual será o aspecto do frigorífico ou dos balcões de trabalho."

O conselho é do Anthony Bourdain, num livro que, confesso, tive medo de começar a ler. Agora, vejo-me incapaz de parar. E mesmo quando ele descreve as barbaridades que já viu nos bastidores de muitos restaurantes ou as alarvidades que muitos chefes fazem nos nossos pratos, eu consigo deixar de virar as páginas. Digamos apenas que daqui para a frente irei pensar duas vezes antes de ir comer fora. 

terça-feira, 14 de junho de 2011

That's all folks



É com orgulho que posso dizer que sobrevivemos a 1200 quilómetros de carro com um puto de 3 anos. Para além das 14 horas dentro de uma viatura, ainda enfrentámos com sucesso as mesmas 14 horas de músicas do Ruca, Serafim, Panda, Sponge Bob, 4 Amiguinhos e afins, vários (longos) minutos – senão horas – de perguntas como: “Falta muito?”, “Quando é que chegamos?”, “Estou farto de estar no carro!”, “Então não saímos daqui?”, as idas à casa de banho (ou arbustos, como preferirem)... Tudo isto para concretizar o sonho de ver os looney toons em pessoa.


O destino foi o Parque Warner, em Madrid. E para quem estiver a pensar fazer proeza idêntica, aqui ficam algumas dicas, aquelas que eu bem procurei antes de ir mas não consegui encontrar em lado nenhum.

- As portas do parque abrem às 10h00. Mas isso não significa acesso aos divertimentos. Quer apenas dizer que as pessoas podem entrar nas lojas e deixar lá o dinheiro, coisa fácil, de resto. É que são caríssimas! Quanto aos divertimentos, abrem às 11h00.

- Os personagens não estão sempre disponíveis. Ou seja, não andam pelo parque. Há horas marcadas para aparecerem e tirarem fotografias com quem quiser. Sem pagar nada. Depois, há outros aos quais apenas se tem acesso no interior das suas casas (o Bugs Bunny estava apenas na sua toca, o Daffy Duck no seu camarim e o Piu-Piu na casa da avozinha). Mas com estes, cada fotografia custa 14 euros.

- Confirma-se: não se pode levar nem comida, nem bebidas para o interior do parque. As mochilas e malas são mesmo revistadas. Mas há máquinas de venda de bebidas espalhadas por todo o lado. E depois de comprada uma garrafa, esta pode sempre ser enchida de novo nos bebedouros ou casas de banho.

- A comida é horrível. Mas são muitas as casas que a disponibilizam. Hambúrgueres, mais hambúrgueres, um frango plastificado, massa com apecto duvidoso... E cara, bastante cara...

- Pode entrar-se com o carrinho do bebé, que dá muito jeito, quanto mais não seja para levar as mochilas...

- Quanto à viagem até Madrid, faz-se bem de carro. Até à capital espanhola as estradas são óptimas, não se paga portagens e o combustível é 40 cêntimos por litro mais barato. Logo, nem sai muito caro. Mas cansa...

Resumindo e concluindo, vale a pena. Os sorrisos, as gargalhadas, os suspiros de emoção compensam todo o restante sofrimento.

domingo, 5 de junho de 2011

Abelhas, cola, mulheres

Os portugueses podem não ir votar, mas pelo menos (alguns) encontram formas bem imaginativas para não o fazer. Hoje, desde abelhas na mesa de voto, a cola na fechadura, sem esquecer o batalhão de mulheres... Tudo se fez para impedir o acesso às mesas de voto. E, afinal, até nem era preciso tanta coisa.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O amor é lindo... ou talvez não!

A Sábado tem esta semana uma peça que prova que os animais podem ser tão ou mais românticos que os outros animais, os ditos racionais. Desde pássaros que fazem serenatas, a golfinhos que dão presentes, tudo são suspiros amorosos, ais e uis de amor assolapado. Isto até chegar ao parágrafo que fala das relações amorosas dos ácaros. Saber que,

"na sua minúscula existência, ácaros vermelhos de veludo são dos mais criativos: desenham caminhos de seda e teias para as fêmeas seguirem.Se elas gostarem, e forem até ao fim do percurso, encontrarão um depósito de esperma sobre o qual se deverão sentar"

é informação que, pelo menos para mim, era dispensável. Nunca mais vou conseguir olhar da mesma maneira para a cama, o sofá ou a carpete!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Ora beijas tu, ora beijo eu

As eleições ao rubro. Os nossos políticos são ou não são uns grandes beijoqueiros?




Fonte: Lusa

terça-feira, 17 de maio de 2011

Devíamos ser transparentes

"Nós devíamos ser transparentes", dizia-me hoje alguém. Isto ao mesmo tempo que um cirurgião 'navegava' pelo interior de uma pessoa com mais de cem quilos, a quem a colocação de uma banda gástrica parece devolver a esperança de recuperar um corpo que os excessos fizeram desaparecer. Excessos esses que, vistos por outro ângulo - aquele que a câmara de filmar, introduzida através do umbigo, permitia dar -, até seriam capazes de nos fazer pensar duas vezes antes de escolher o que nos enche a mesa. E a barriga.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

A língua portuguesa é traiçoeira.... é pois

Ele: "Mãe, estou muito triste."
Eu: "Porquê?"
Ele: "Só tenho um tomate pequenino [leia-se Tom Mate, um dos personagens do filme Cars]."

Uns dias depois, quando o pai lhe ofereceu  um Tom Mate maior...

Ele: "Mãe, mãe... já tenho dois tomates: um grande e um pequenino."

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A verdade segundo o sr. Wolfgang


"José Sócrates, prime minister, has chosen to delay applying for a financial rescue package until the last minute. His announcement last week was a tragi-comic highlight of the crisis. With the country on the brink of financial extinction, he gloated on national television that he had secured a better deal than Ireland and Greece. In addition, he claimed the agreement would not cause much pain. When the details emerged a few days later, we could see that none of this was true. The package contains savage spending cuts, freezes in public sector wages and pensions, tax rises and a forecast of two years’ deep recession."

 In FT, by Wolfgang Münchau


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Varandofobia

Tenho uma nova fobia. Ao medo de aranhas, aranhiços e amigos de muitas patas junta-se agora o receio das varandas. Não sei se a ciência tem algum nome para o fenómeno, mas se não, aqui fica uma sugestão: varandofobia. Pouco original, eu sei, mas a experiência recente retirou-me toda e qualquer capacidade imaginativa quando o tema é... varandas, esses monstros que dão acesso ao exterior e que são verdadeiramente capazes de nos tirar do sério.

Muito exagerada? Posso parecer, mas o que me aconteceu há dois dias deixou marcas tão profundas que talvez só muitos anos de terapia vão conseguir minorar. Ora estava eu transformada em fada do lar - o que, é um facto, só acontece em raras ocasiões - quando decidi estender a roupa, um acto simples que, pensava eu, envolve pouco risco. Pois não podia estar mais enganada. Deixei o puto às voltas com uma revista na sala e dirigi-me para a varanda de um dos quartos. Abri a porta, que é de correr, e quando a quis encostar aconteceu o imprevisto: fechou-se no trinco, sem me ter dado qualquer hipótese de a abrir. Resultado: fiquei presa do lado de fora, com um miúdo de três anos sozinho do lado de dentro.

Aqui, começou o pânico.
E agora? - pensei eu, ainda mais ou menos calma. Comecei a bater intensa e violentamente no vidro, decidida a chamar a sua atenção. Mais ou menos dez minutos depois lá apareceu o rapaz, com um olhar intrigado. Expliquei, calmamente, que a mãe estava presa na varanda e que precisava que ele me abrisse a porta. Até aqui, tudo bem e a esperança de entrar em casa reavivava-se. O moço bem tentou, mas aquele coisa é a prova de crianças e nada de mexer. Passámos então ao plano B: ligar para o pai da criança e pedir para ele se despachar a chegar a casa e me salvar.

O rapaz lá foi buscar o telemóvel, mas a porcaria da coisa estava bloqueada. Ainda mais ou menos calma, pedi-lhe para ir buscar o telefone fixo, que a bem da verdade é móvel, que se encontrava numa das prateleiras mais alta do móvel da sala (exactamente para ele não conseguir lá chegar). Mais dez minutos de espera e regressa sua excelência, de mãos vazias: "Não consigo lá chegar", disse ele.
Porra, pensei eu. E virou-me costas, regressando à sala, indiferente aos meus apelos para que ficasse ali, a fazer-me companhia.

Meia hora de gritos, pontapés, murros no vidro, pedidos de socorro, lágrimas e muitos pensamentos negativos depois (o que é que ele está a fazer sozinho, será que está a pôr os dedos nas fichas, ou foi à cozinha buscar facas, será que subiu para cima da mesa e caiu), lá volta o moço, bastante irritado: "O que é que foi agora?", disse, do alto dos seus três anos. "Estás a fazer muito barulho. Não consigo ler a revista."
Nessa altura, quase uma hora depois de me ter trancado na varanda, confesso que a racionalidade já se tinha ido... a ideia de me mandar dali para baixo estava a ganhar cada vez mais consistência e nem o facto de ser um primeiro andar, mas equivalente a um terceiro, me fazia considerar. Pedi-lhe, ou melhor, implorei-lhe que fosse buscar o telemóvel (outra vez!), que eu precisava que ele me salvasse. Mas o rapaz tinha outras preocupações e voltou para a sala, sem me dar qualquer atenção.

Nova ronda de gritos, pontapés e afins e dá-se o regresso do jovem, ainda mais irritado. Tentei fazer-lhe ver que estava presa, que não era uma brincadeira e lá o convenci a ir novamente buscar o telefone. Estávamos quase a conseguir desbloquear a coisa quando ele diz: "Está a chegar alguém!"
O alívio apoderou-se de mim... Mas ainda tive que esperar mais um pouco... É que em vez de ter pedido ao pai parta me ir libertar, ele ainda teve tempo para lhe propor um jogo: "Vê lá se adivinhas onde está a mãe?"

terça-feira, 3 de maio de 2011

Morreu o Obama

Morreu o Obama. Ooops... Afinal foi o Osama.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mais juízo?

Dou um novo valor aos queixumes emitidos pelos bebés quando lhes estão a nascer os dentes. E também sou totalmente solidária com a necessidade evidenciada de meter tudo à boca. Por tudo isto, acho que não havia mesmo necessidade de ter agora que passar por igual experiência. Até porque se já que aguentei a vida inteira sem dentes do siso (e bem feliz, confesso!), não me parece que a minha existência venha a ficar muito mais enriquecida com a sua presença. Só tenho uma coisa a dizer: obrigado brufeno, agora transformado no meu melhor amigo.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pimenta na língua?

Os miúdos deveriam vir mesmo com livro de instruções. Com um manual que incluísse uma lista de argumentos, para além dos "porque sim" ou "porque eu é que mando", capazes de lhes tirar o pio quando não querem comer, quando se recusam a ir dormir, quando decidem que querem ir para a rua de cuecas (mesmo em dias de chuva) ou ainda quando nos brindam com palavrões, daqueles mesmo cabeludos. Depois de ter engolido um ca**ão, acreditando que, se ignorasse o vocábulo pouco polido, a coisa desapareceria (só para constatar que, não só o pirralho de três anos usa e abusa da palavra, como ainda sabe perfeitamente onde a encaixar num diálogo), chegou agora a vez do cara**o. Não consegui evitar arregalar os olhos, não só pela surpresa da palavra, mas sobretudo porque, uma vez mais, soube usá-la no contexto certo, mas acabei por voltar à mesma técnica: a do ignorar para ver se passa. Mas não consigo deixar de pensar se não teria sido melhor usar a técnica que, há mais de 30 anos, a minha mãe aplicou em mim quando lhe chamei parva (e que resultou... de tal forma que nunca mais me esqueci); pimenta na língua. 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Polícia que é polícia sabe fazer centros de mesa


A notícia é do Público - "PSP louvou agente por se ter distinguido a fazer centros de mesa" - e muitos foram os que mostraram incredulidade e surpresa ao lê-la. Eu não. Afinal, não é qualquer um que consegue fazer um centro de mesa decente. Eu sei porque já tentei. Juntar as plantinhas e flores e conseguir que adornem convenientemente uma mesa não me parece, de todo, tarefa fácil. Por isso, concordo com as palavras que constam do louvor: “por vezes, [o agente] tinha a capacidade de nos surpreender, nomeadamente, na elaboração de centros de mesa com recurso a flores e verduras dos jardins desta Direcção Nacional”. Isto diz muito de um agente da autoridade.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sou pelo amor

Sou pelo amor, pela paixão assolapada, pelo bater descompassado de um coração que se quer apaixonado. Sou pela sensação de segurança apenas capaz de ser sentida num regaço especial, sou pelos suspiros que interrompem o pensamento apenas porque sim, sou pelos risinhos sem sentido, mas bem sentidos. Sou pela alegria de poder partilhar mesmo as coisas mais insignificantes, de sonhar a dois, que é, acredito, a melhor forma de o fazer. Sou a favor dos finais felizes, com direito a fogo de artifício e tudo, e acredito no amor eterno, embora não tenha um osso romântico no corpo. Por isso e porque, para mim, o mais importante não é aquilo que mostramos, mas o que sentimos, fiquei muito feliz por saber que o amor ainda pode vencer.
Para ti, P., um beijo muito grande e os desejos de que a tua vida a dois, se não mais, pelo menos possa ser tão feliz como a minha.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Galo de cabidela?

Pensei que os galos apenas dessem o ar da sua graça ao romper do dia. Que apenas mostrassem os seus dotes vocais quando despontam os primeiros raios de sol. Mas parece que me enganei. Ou pelo menos o galo que habita na quinta lá ao lado pensa diferente de todos os galos com que eu já privei (confesso que não foram muitos) na minha vida.
É que a criatura insiste em cacarejar, ou melhor, fazer aquilo que os galos fazem (não vou dizer cantar, porque música é coisa que não sai daquelas goelas) logo a partir das quatro da matina. De noite, portanto. O que repete, a alto e bom som, de meia em meia hora (nos dias em que o entusiasmo é maior não aguenta mais do que 15 minutos calado) até ao nascer do sol.
Sou pela saúde dos animais, defensora do seu bem-estar e os mais de 20 anos que estive sem comer qualquer amigo com penas provam isso mesmo. Mas esta criatura está a testar a minha paciência, de tal maneira que dou por mim, frequentemente, a desejar vê-lo num tacho, quiçá numa bela cabidela.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Não queria ser médica

Depois de passar mais de três horas em pé, numa sala esterilizada, com uma máscara que me dificulta a respiração e constantemente me embacia os óculos, com um colete de chumbo que me derreia as costas, com o corpo a queixar-se do tempo excessivo em pé, sem qualquer possibilidade de descanso, sem direito a almoço ou até mesmo a um copo de água, dou cada vez mais valor ao trabalho dos médicos.
E confirma-se: mesmo sem ter uma vida nas mãos - que, vendo bem, complica um pouco mais as coisas -, é um trabalho que sai do corpinho. As dores que senti no meu confirmam!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ir ou não ir?

Ir ou não ir. Esta tem sido a grande questão lá por casa. A tentação de ir é grande e não é apenas o mais novo elemento da família que o pede. Surpreendentemente, dou por mim a pensar como seria agradável conviver com o Mickey, Mini e afins, travar conhecimento com o Buzz ou com o Aladino, fugir dos monstros que em vão tentaram assustar a Boo... Como se ainda não estivesse cansada das maratonas televisivas em que os referidos acima são uma presença constante. Como se a viagem feita há uns anos não me tivesse já permitido conhecer todos estes e muitos mais. Ir ou não ir? A pergunta promete dar ainda muito que falar...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Para cima, para baixo...

Com a iminente saída do Governo, decidi também eu começar uma nova fase (não esteja convicta que a queda de Sócrates vá significar grandes mudanças no País, mas enfim). Por isso, calcei as sapatilhas, vesti um fato a rigor, peguei nos pesos e comecei a jornada de exercícios que irá terminar, se a minha força de vontade o permitir, no fim do mês de Abril. Confesso que fiz um pouco de batota (parei para respirar mais do que cinco segundos, que é o oficialmente permitido), mas as dores que agora sinto, espalhadas por vários pontos distintos do meu corpinho (das pernas aos braços) podem querer dizer que a coisa está a funcionar.

terça-feira, 22 de março de 2011

E a aventura começa...

Mais à frente no livro sobre dietas, as promessas eram bem mais ambiciosas. 
“Será necessário que se empenhe, mas, prometo-lhe, desenvolverá um corpo saudável e perfeito. Terá uma pele maravilhosamente tonificada. Músculos firmes e muita energia. Acabaram-se as preocupações – apenas resultados.”
Depois, veio o balde de água fria, a imersão na dura realidade. 
“Não sou a fada Sininho”, lia-se na página 54. “Não há pozinhos de perlimpimpim”, continuava. “Ao início, sentir-se-á desconfortável. Sentir-se-á dolorida.” 
Mau, pensei eu. Isso é aquilo que acontece sempre que começo a fazer exercício. E é também aquilo que me faz desistir. Por isso, e porque pensado bem a ambição desmesurada nunca fez bem a ninguém, decidi fazer umas (pequenas) adaptações ao programa sugerido pelo livro. Ou seja, em vez do Sumo de Couve para o pequeno-almoço ou da Salada de Feijão Branco para o lanche, vou eliminar de uma vez por todas (durante 30 dias, quero eu dizer) as bolachas do meu menu. Acabaram-se as Oreo, as recheadas de chocolate, as de baunilha com creme de cacau, as de mousse e por aí fora. E acabou-se também o consumo, à colherada, do doce de abóbora com pinhão que me tenta todas as vezes que abro o frigorífico. Quanto aos exercícios, já reuni o material e amanhã lá estarei, em frente da televisão, a transformar o meu corpo no da Gwyneth Paltrow.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Parece que vou ter o corpo perfeito

Quando recebi o livro, pensei: Ah, mais um que promete milagres para quem quer perder peso.
‘O Método Revolucionário para Emagrecer e Ter o Corpo Perfeito’, como se intitulava esta novidade, da autoria de uma norte-americana, Tracy Anderson, colocava a fasquia elevada, ao prometer resultados em apenas 30 dias. Mas não uns resultados quaisquer. É que dizia ser a dieta que transformou o corpo de Gwyneth Paltrow - que é, de resto, a autora da introdução -, Courtney Cox e Shakira, moças que, parece-me ser consensual, têm uns corpinhos muito jeitosos.

Por isso, decidi começar a folhear o livro. Não que esteja totalmente insatisfeita com a minha aparência. Mas é um facto que gostava de perder uns quilinhos e, mais do que isso, ficar em forma, coisa que, se não me engano, não acontece há uns valentes anos (para não dizer décadas).

A palavra músculos é uma constante nas primeiras páginas. Algo que eu também não tenho e gostava de ter. Ou seja, mais uma razão para continuar, pelo menos a ler.

“Senhoras e senhores, a transformação é possível. E alcançável. Nada conseguirá se não se empenhar, mas se o fizer, conseguira, garantidamente. Eu sou a prova disso. E, dentro de 30 dias, com a ajuda deste livro, também a leitora o será.” Empenho, esforço, vontade... as palavras de sempre, que são um desafio constante à minha também ela constante preguiça. Então está bem, pensei outra vez. Vou aceitar o desafio. E não peço que, ao fim de 30 dias, o meu corpo esteja igual ao da Gwyneth. Mas pelo menos parecido.

sábado, 19 de março de 2011

Valência: a cidade da pólvora (literalmente)

Eu às vezes pareço uma pessoa muito difícil de contentar. Mas não sou! A sério que não sou. No entanto – e correndo o risco de o parecer -, não é que eu não tenha gostado de Valência. Até achei a cidade muito simpática, uma equilibrada mistura entre o antigo e o moderno, com um brilho que nos faz querer conhecer mais, com muitos jardins e pontes sobre um rio que contrasta com o céu e um sol de quase 30 graus (uma agradável mudança em relação ao frio e pouco solarengo Portugal). E não foi a minha aversão ao calor – como disse, recebi-o com o entusiasmo de uma criança quando lhe é dado um doce - que me fez desgostar da visita recente. Mas fica um conselho: quando se ouve, inúmeras e repetidas vezes, caracterizar uma festa em que o adjectivo usado é o substantivo pólvora é melhor pensar duas vezes em visitar Valência durante Las Fallas.


A não ser que seja realmente um adepto de explosões. Então, nesse caso, aconselho esta zona à beira do Mediterrâneo no mês de Março. É que visitar a cidade nesta altura e acalentar a inocente pretensão de que se vai ter uma noite de sono descansada – ou uma noite de sono, pronto, que eu já nem peço mais – não são duas coisas compatíveis. As explosões constantes, autênticos bombardeios que interrompem a calma da noite, alternando, qual cenário de guerra, entre os sons mais distantes e aqueles que nos fazem bater o coração a um compasso à altura de uma taquicardia digna do nome, tornam-se uma real tormenta.

E enquanto tentava desesperadamente adormecer, com o corpo esticado na cama king size e a cabeça pousada na almofada de plumas, cortesia de um hotel com muitas estrelas, e era constantemente sobressaltada pelos rebentamentos de sei lá o quê e pelos gritos, mais ou menos histéricos, de quem leva esta coisa dos festejos mesmo a sério, só pensava. “É quase meia-noite, isto deve estar a acabar.” Mas a aproximação de uma da manhã, logo seguida pelas duas, só me fez confirmar a suspeita que em vão tentei afastar: aquela gente não dorme! Até que, pouco depois das três da matina, pensei: “Bem, se não os podes vencer, junta-te a eles.” E saltei para junto da janela, onde apreciei o espectáculo de fogo.

Visitar Valência durante Las Fallas é uma experiência única. Mas a mim só me fez mesmo confirmar que, afinal, estou é velha!

P.S. No meio de tanto sofrimento – quatro horas dormidas em duas noites -, fica a agradável surpresa de ter sido confundida com uma miúda de 22 anos. Gilberto, amigo, por causa disto até sou capaz de voltar outra vez a Valência. Mas não no mês de Março.






(Algumas Fallas em que tropecei quando percorria a zona velha da cidade)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Fute quê??

Por mais que me esforce, continuo sem perceber o fascínio dos jogos de futebol. E eu tenho feito um esforço (esta semana olhei dois minutos seguidos para uma partida). Mas ultrapassa-me esta mania de andar a correr atrás de uma bola, sobretudo quando não se trata de um cão ou de um gato que, esses sim, têm razão para gostar destas coisas. Quando olho para a televisão, confesso que não vejo mais que um punhado de homens com roupas que devem um pouco ao bom gosto (quem é que, no seu juízo perfeito, anda vestido de amarelo da cabeça aos pés?), a gritar impropérios uns aos outros, a correrem incessantemente sem chegarem a lado nenhum (e sem quererem chegar a parte alguma), tudo para tentar enfiar uma bola entre dois postes e uma trave. Eles gritam, eles suam que nem porcos, eles cospem para o chão (e para cima uns dos outros), e tudo isto com uma quantidade incrível de gente a pagar para gritar urros de apoio, a vibrar a cada cuspidela... Acho mesmo que nunca vou compreender.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Cansada de ser vítima

Gosto do inverno. É um facto incontornável. Gosto do aconchego dos casacos e das mantas nos dias de frio, do barulho da lenha quando arde na lareira e até gosto da chuva, quando não cai em cima de mim, claro está. Mas não gosto mesmo nada dos vírus e bactérias que invadem o inverno, das doenças e achaques que acompanham o frio, das dores, do ranho, da dança dos lenços... E estou cansada dos antibióticos, das gotas para o nariz, dos comprimidos de todas as cores e feitios, dos xaropes. Sempre me orgulhei de raramente ficar doente, mas depois de duas amigdalites, de uma gripe (que pode ser sido A), de uma mão cheia de constipações e até de um ataque alérgico (eu, que nem alergias tenho!), dei por mim a desejar o verão, o calor capaz de matar toda a bicharada que tem feito de mim um alvo, os dias de sol quentes... Toda e qualquer tortura parece preferível a esta tormenta. Que venha o tempo quente!

terça-feira, 1 de março de 2011

Geração parva

Num país do deixa andar e da chico espertice, como é o nosso, surpreende-me a capacidade de mobilização e de envolvimento das pessoas em causas. Surpreende-me ver que até são capazes de sacudir o amorfismo que lhes tem sido apanágio, de pôr de fora as garras, literal e figurativamente, de arreganhar os dentes e atacar, lamentando apenas que toda a indignação tenha sido dirigida para uma opinião, apenas por ser divergente daquela que é expressa pela maioria. É uma pena que a juventude, aqueles que teoricamente formam o amanhã, não saiba ouvir. É uma pena que se reja pela intolerância, pela falta de encaixe e sobretudo pela arrogância. E depois queixam-se... Queixam-se do que não conseguem, daquilo que não têm... E queixam-se mais e ainda mais... e reclamam contra os que, fartos de queixas, apelam à acção.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Nota mental

Esta é para não esquecer: quando há um puto doente e se junta a vários outros é provável, ou melhor, é mais que certo que todos (sim, todos) os restantes vão ter a mesma coisa. Principalmente se tiverem estado a dar de comer uns aos outros (com a respectiva partilha em massa de saliva).

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

...

Acho muita piada às pessoas que são prontas a solidarizarem-se com a indignação dos outros, mas que depois se encostam a essa indignação por cobardia de se indignarem também.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Entrevistas

Descobri que o meu filho de três anos tem mais jeito do que eu para fazer entrevistas em vídeo. Um sinal de que o melhor mesmo é encostar a câmara - que aliás nunca tive interesse em manejar - a um canto e dedicar-me ao que sei fazer melhor que ele: escrever (isto, claro, porque ele ainda não aprendeu).

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Nove anos?

Nove anos? Já passaram quase nove anos? É engraçado como eu os sinto no corpo (aquelas calças de que tanto gostava já não passam da anca e são cada vez mais os cabelos brancos que insistem em contrastar com a cabeleira mais escura), mas não me pesam quando penso em nós. Já lá vai mais de uma década desde aquele primeiro encontro, na entrada do cinema S. Jorge, dos telefonemas que me trocaram as voltas, das conversas sem fim, da caminhada de mais de dez quilómetros a pé em busca de gasolina, da aventura em Tróia, da passagem de ano sem dormir... e apesar do calendário insistir que já lá vão nove anos desde aquele dia surreal, com direito a passadeira vermelha, a banda de música pimba, a bolo em forma de chapéu, a algumas lágrimas e fotografias desfocadas, parece que foi apenas ontem que te vi pela primeira vez.  


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Máquina de infectar

Estar doente é das piores coisas que há. Mas estar doente e ser tratado como um ninho de germes, capaz de infectar só através do olhar, é ainda pior. Ter o médico à nossa frente, aquele que tem por missão proporcionar o tão desejado alívio - ou pelo menos tentar -, e vê-lo rolar os olhos e tapar apressadamente a boca com uma máscara quando lhe descrevemos as dores do corpo, vê-lo ignorar as nossas dúvidas e garantir que não é nada, sem no entanto abdicar da máscara que lhe protege o organismo daquilo que castiga o nosso... Enfim, digamos que não nos traz o conforto pretendido.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ricky Gervais, I love you!

És o máximo, Ricky! E estás quase, quase perdoado por não teres feito mais uma temporada dos Extra.

Candidato sofre




By: Lusa

domingo, 16 de janeiro de 2011

Peixinho fresco

Confesso que tenho, como quase toda a gente (mesmo os que dizem que não acreditam, como eu), curiosidade em ver o que o horóscopo me revela. E foi com choque que recebi a notícia de que os signos tinham mudado. Depois de uma vida inteira como Peixes, não me imagino a marrar contra ninguém, como o Carneiro, a dar ferroadas, como o Escorpião (desculpa, mãe, mas é um facto que de vez em quando também deitas o teu veneno) ou a racionalizar tudo, mesmo aquilo que a razão não consegue explicar, como o Virgem. Sou Peixe de corpo e alma e mesmo não acreditando naquilo que as Mayas e Paulos Cardoso por aí dizem, acho que, de alguma forma, os astros influenciam a nossa vida (claro que um certo mapa astral, que previu uma série de coisas, improváveis na altura, mas que se vieram a realizar ajudou na minha crença).
Por isso, foi com enorme alegria que verifiquei que Peixe continuo a ser, metida com as minhas águas...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ai, que dor

Começar um programa de fitness, com ginástica de cair para o lado, na mesma altura em que tenho que dividir o tempo entre o trabalho, a casa e ainda uma formação de 40 horas não me parece ter sido a escolha mais inteligente. Só tenho mesmo uma coisa a dizer: Ai!!!