A poucas horas de entrar de férias dou por mim a fazer um balanço de mais uma jornada de trabalho. E curiosamente descubro que, ao contrário de anos anteriores, aguentava mais uns dias - ou quiçá semanas - antes de me despedir da rotina das 11h00 às 19h00, da irritação causada por um computador que insiste em ter vontade própria, dos textos com números, da crise tornada tema recorrente, dos assuntos sem interesse, das pessoas sem interesse... enfim.
O que pode, vistas bem as coisas, significar que a minha capacidade de abstracção atingiu um novo nível, de tal forma que a maior parte das coisas que irritam me têm mesmo passado ao lado, ou então que, pura simplesmente, me tornei mais tolerante, menos exigente - comigo e com os outros -, mais prática. Que deixei de pensar mil vezes, de tentar encontrar significados escondidos em meias palavras, de levar a peito o que até nem tem a ver comigo. Ou seja, que finalmente cresci.
Mas seja como for, dou as boas-vindas às férias com o mesmo entusiasmo de sempre e recebo de braços abertos os dias a três, os encontros a 20 (ou mais), os almoços ao ar livre, as viagens sem destino traçado, as brincadeiras no parque, os mimos, os planos que não conseguem vencer o apelo do sofá. E que venham elas, as férias... É como diz sabiamente a música: "the dog days are over".
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