domingo, 22 de agosto de 2010

%&$%# de melga

Há muitas coisas que eu não gosto no Verão: o calor abrasador, a roupa colada ao corpo, os banhos de suor dos que desconhecem o significado da palavra desodorizante... Mas há uma coisa de que eu não gosto mesmo nada: acordar às três da manhã por causa da &%$## de uma melga, que depois nem é capaz de se dignar a pousar na parede ou no tecto, onde a podemos ver e onde poderia ter uma morte digna. Em vez disso, obriga-nos a perscrutar o quarto minutos a fio, que de madrugada mais parecem horas, reparando em detalhes que ficavam bem melhores na ignorância (como uma certa mancha na parede). Um episódio que nunca acaba sem que sejam proferidas algumas palavras mais amargas e menos próprias e cujo desfecho é invariavelmente o mesmo (a não ser que a melga opte pela fuga): o raio do insecto totalmente esborrachado.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Falta de espaço ou de educação?

Eu sei que a terra é um bem escasso, que já não se fabrica, que a subida do nível das águas ameaça ainda torná-la mais rara, etc,etc,etc. Mas isso não impede ou afasta a irritação quando vejo alguém, numa praia quase vazia, estender uma toalha quase em cima de mim. Qual é a necessidade de partilhar odores com alguém que não se conhece de lado nenhum, de ouvir conversas de gente que não estou interessada em conhecer melhor, de levar com a areia quando decidem sacudir as toalhas??

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Simplicidade

É curioso como digo tantas vezes nunca. E ainda é mais curioso a quantidade de vezes que contradigo, por actos, pensamentos e vontades, o advérbio que tão arraigado está no meu vocabulário.
E já nem falo nas coisas mais profundas. Basta pensar nas mais simples. Hoje é com grande orgulho que dou por mim a admirar o meu (pequeno, é certo, mas muito composto) jardim de cheiros. A forma como as ervas aromáticas se mantêm nos seus vasos, cuidadosamente escolhidos, e perfumam o ambiente deixa-me feliz. Uma felicidade tão simples!
E logo eu, que tantas vezes disse nunca à terra, que fugi de nela mexer... Agora, não passa um dia sem que encha as unhas de terra escura, sem que ande às voltas com o regador, sem que abra a porta da cozinha para deixar entrar o aroma do alecrim, da alfazema ou do tomilho. Como eu gosto da minha pequena horta!