quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mais juízo?

Dou um novo valor aos queixumes emitidos pelos bebés quando lhes estão a nascer os dentes. E também sou totalmente solidária com a necessidade evidenciada de meter tudo à boca. Por tudo isto, acho que não havia mesmo necessidade de ter agora que passar por igual experiência. Até porque se já que aguentei a vida inteira sem dentes do siso (e bem feliz, confesso!), não me parece que a minha existência venha a ficar muito mais enriquecida com a sua presença. Só tenho uma coisa a dizer: obrigado brufeno, agora transformado no meu melhor amigo.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pimenta na língua?

Os miúdos deveriam vir mesmo com livro de instruções. Com um manual que incluísse uma lista de argumentos, para além dos "porque sim" ou "porque eu é que mando", capazes de lhes tirar o pio quando não querem comer, quando se recusam a ir dormir, quando decidem que querem ir para a rua de cuecas (mesmo em dias de chuva) ou ainda quando nos brindam com palavrões, daqueles mesmo cabeludos. Depois de ter engolido um ca**ão, acreditando que, se ignorasse o vocábulo pouco polido, a coisa desapareceria (só para constatar que, não só o pirralho de três anos usa e abusa da palavra, como ainda sabe perfeitamente onde a encaixar num diálogo), chegou agora a vez do cara**o. Não consegui evitar arregalar os olhos, não só pela surpresa da palavra, mas sobretudo porque, uma vez mais, soube usá-la no contexto certo, mas acabei por voltar à mesma técnica: a do ignorar para ver se passa. Mas não consigo deixar de pensar se não teria sido melhor usar a técnica que, há mais de 30 anos, a minha mãe aplicou em mim quando lhe chamei parva (e que resultou... de tal forma que nunca mais me esqueci); pimenta na língua. 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Polícia que é polícia sabe fazer centros de mesa


A notícia é do Público - "PSP louvou agente por se ter distinguido a fazer centros de mesa" - e muitos foram os que mostraram incredulidade e surpresa ao lê-la. Eu não. Afinal, não é qualquer um que consegue fazer um centro de mesa decente. Eu sei porque já tentei. Juntar as plantinhas e flores e conseguir que adornem convenientemente uma mesa não me parece, de todo, tarefa fácil. Por isso, concordo com as palavras que constam do louvor: “por vezes, [o agente] tinha a capacidade de nos surpreender, nomeadamente, na elaboração de centros de mesa com recurso a flores e verduras dos jardins desta Direcção Nacional”. Isto diz muito de um agente da autoridade.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sou pelo amor

Sou pelo amor, pela paixão assolapada, pelo bater descompassado de um coração que se quer apaixonado. Sou pela sensação de segurança apenas capaz de ser sentida num regaço especial, sou pelos suspiros que interrompem o pensamento apenas porque sim, sou pelos risinhos sem sentido, mas bem sentidos. Sou pela alegria de poder partilhar mesmo as coisas mais insignificantes, de sonhar a dois, que é, acredito, a melhor forma de o fazer. Sou a favor dos finais felizes, com direito a fogo de artifício e tudo, e acredito no amor eterno, embora não tenha um osso romântico no corpo. Por isso e porque, para mim, o mais importante não é aquilo que mostramos, mas o que sentimos, fiquei muito feliz por saber que o amor ainda pode vencer.
Para ti, P., um beijo muito grande e os desejos de que a tua vida a dois, se não mais, pelo menos possa ser tão feliz como a minha.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Galo de cabidela?

Pensei que os galos apenas dessem o ar da sua graça ao romper do dia. Que apenas mostrassem os seus dotes vocais quando despontam os primeiros raios de sol. Mas parece que me enganei. Ou pelo menos o galo que habita na quinta lá ao lado pensa diferente de todos os galos com que eu já privei (confesso que não foram muitos) na minha vida.
É que a criatura insiste em cacarejar, ou melhor, fazer aquilo que os galos fazem (não vou dizer cantar, porque música é coisa que não sai daquelas goelas) logo a partir das quatro da matina. De noite, portanto. O que repete, a alto e bom som, de meia em meia hora (nos dias em que o entusiasmo é maior não aguenta mais do que 15 minutos calado) até ao nascer do sol.
Sou pela saúde dos animais, defensora do seu bem-estar e os mais de 20 anos que estive sem comer qualquer amigo com penas provam isso mesmo. Mas esta criatura está a testar a minha paciência, de tal maneira que dou por mim, frequentemente, a desejar vê-lo num tacho, quiçá numa bela cabidela.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Não queria ser médica

Depois de passar mais de três horas em pé, numa sala esterilizada, com uma máscara que me dificulta a respiração e constantemente me embacia os óculos, com um colete de chumbo que me derreia as costas, com o corpo a queixar-se do tempo excessivo em pé, sem qualquer possibilidade de descanso, sem direito a almoço ou até mesmo a um copo de água, dou cada vez mais valor ao trabalho dos médicos.
E confirma-se: mesmo sem ter uma vida nas mãos - que, vendo bem, complica um pouco mais as coisas -, é um trabalho que sai do corpinho. As dores que senti no meu confirmam!