terça-feira, 26 de abril de 2011

Pimenta na língua?

Os miúdos deveriam vir mesmo com livro de instruções. Com um manual que incluísse uma lista de argumentos, para além dos "porque sim" ou "porque eu é que mando", capazes de lhes tirar o pio quando não querem comer, quando se recusam a ir dormir, quando decidem que querem ir para a rua de cuecas (mesmo em dias de chuva) ou ainda quando nos brindam com palavrões, daqueles mesmo cabeludos. Depois de ter engolido um ca**ão, acreditando que, se ignorasse o vocábulo pouco polido, a coisa desapareceria (só para constatar que, não só o pirralho de três anos usa e abusa da palavra, como ainda sabe perfeitamente onde a encaixar num diálogo), chegou agora a vez do cara**o. Não consegui evitar arregalar os olhos, não só pela surpresa da palavra, mas sobretudo porque, uma vez mais, soube usá-la no contexto certo, mas acabei por voltar à mesma técnica: a do ignorar para ver se passa. Mas não consigo deixar de pensar se não teria sido melhor usar a técnica que, há mais de 30 anos, a minha mãe aplicou em mim quando lhe chamei parva (e que resultou... de tal forma que nunca mais me esqueci); pimenta na língua. 

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