Pensei que os galos apenas dessem o ar da sua graça ao romper do dia. Que apenas mostrassem os seus dotes vocais quando despontam os primeiros raios de sol. Mas parece que me enganei. Ou pelo menos o galo que habita na quinta lá ao lado pensa diferente de todos os galos com que eu já privei (confesso que não foram muitos) na minha vida.
É que a criatura insiste em cacarejar, ou melhor, fazer aquilo que os galos fazem (não vou dizer cantar, porque música é coisa que não sai daquelas goelas) logo a partir das quatro da matina. De noite, portanto. O que repete, a alto e bom som, de meia em meia hora (nos dias em que o entusiasmo é maior não aguenta mais do que 15 minutos calado) até ao nascer do sol.
Sou pela saúde dos animais, defensora do seu bem-estar e os mais de 20 anos que estive sem comer qualquer amigo com penas provam isso mesmo. Mas esta criatura está a testar a minha paciência, de tal maneira que dou por mim, frequentemente, a desejar vê-lo num tacho, quiçá numa bela cabidela.
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