quinta-feira, 24 de março de 2011

Ir ou não ir?

Ir ou não ir. Esta tem sido a grande questão lá por casa. A tentação de ir é grande e não é apenas o mais novo elemento da família que o pede. Surpreendentemente, dou por mim a pensar como seria agradável conviver com o Mickey, Mini e afins, travar conhecimento com o Buzz ou com o Aladino, fugir dos monstros que em vão tentaram assustar a Boo... Como se ainda não estivesse cansada das maratonas televisivas em que os referidos acima são uma presença constante. Como se a viagem feita há uns anos não me tivesse já permitido conhecer todos estes e muitos mais. Ir ou não ir? A pergunta promete dar ainda muito que falar...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Para cima, para baixo...

Com a iminente saída do Governo, decidi também eu começar uma nova fase (não esteja convicta que a queda de Sócrates vá significar grandes mudanças no País, mas enfim). Por isso, calcei as sapatilhas, vesti um fato a rigor, peguei nos pesos e comecei a jornada de exercícios que irá terminar, se a minha força de vontade o permitir, no fim do mês de Abril. Confesso que fiz um pouco de batota (parei para respirar mais do que cinco segundos, que é o oficialmente permitido), mas as dores que agora sinto, espalhadas por vários pontos distintos do meu corpinho (das pernas aos braços) podem querer dizer que a coisa está a funcionar.

terça-feira, 22 de março de 2011

E a aventura começa...

Mais à frente no livro sobre dietas, as promessas eram bem mais ambiciosas. 
“Será necessário que se empenhe, mas, prometo-lhe, desenvolverá um corpo saudável e perfeito. Terá uma pele maravilhosamente tonificada. Músculos firmes e muita energia. Acabaram-se as preocupações – apenas resultados.”
Depois, veio o balde de água fria, a imersão na dura realidade. 
“Não sou a fada Sininho”, lia-se na página 54. “Não há pozinhos de perlimpimpim”, continuava. “Ao início, sentir-se-á desconfortável. Sentir-se-á dolorida.” 
Mau, pensei eu. Isso é aquilo que acontece sempre que começo a fazer exercício. E é também aquilo que me faz desistir. Por isso, e porque pensado bem a ambição desmesurada nunca fez bem a ninguém, decidi fazer umas (pequenas) adaptações ao programa sugerido pelo livro. Ou seja, em vez do Sumo de Couve para o pequeno-almoço ou da Salada de Feijão Branco para o lanche, vou eliminar de uma vez por todas (durante 30 dias, quero eu dizer) as bolachas do meu menu. Acabaram-se as Oreo, as recheadas de chocolate, as de baunilha com creme de cacau, as de mousse e por aí fora. E acabou-se também o consumo, à colherada, do doce de abóbora com pinhão que me tenta todas as vezes que abro o frigorífico. Quanto aos exercícios, já reuni o material e amanhã lá estarei, em frente da televisão, a transformar o meu corpo no da Gwyneth Paltrow.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Parece que vou ter o corpo perfeito

Quando recebi o livro, pensei: Ah, mais um que promete milagres para quem quer perder peso.
‘O Método Revolucionário para Emagrecer e Ter o Corpo Perfeito’, como se intitulava esta novidade, da autoria de uma norte-americana, Tracy Anderson, colocava a fasquia elevada, ao prometer resultados em apenas 30 dias. Mas não uns resultados quaisquer. É que dizia ser a dieta que transformou o corpo de Gwyneth Paltrow - que é, de resto, a autora da introdução -, Courtney Cox e Shakira, moças que, parece-me ser consensual, têm uns corpinhos muito jeitosos.

Por isso, decidi começar a folhear o livro. Não que esteja totalmente insatisfeita com a minha aparência. Mas é um facto que gostava de perder uns quilinhos e, mais do que isso, ficar em forma, coisa que, se não me engano, não acontece há uns valentes anos (para não dizer décadas).

A palavra músculos é uma constante nas primeiras páginas. Algo que eu também não tenho e gostava de ter. Ou seja, mais uma razão para continuar, pelo menos a ler.

“Senhoras e senhores, a transformação é possível. E alcançável. Nada conseguirá se não se empenhar, mas se o fizer, conseguira, garantidamente. Eu sou a prova disso. E, dentro de 30 dias, com a ajuda deste livro, também a leitora o será.” Empenho, esforço, vontade... as palavras de sempre, que são um desafio constante à minha também ela constante preguiça. Então está bem, pensei outra vez. Vou aceitar o desafio. E não peço que, ao fim de 30 dias, o meu corpo esteja igual ao da Gwyneth. Mas pelo menos parecido.

sábado, 19 de março de 2011

Valência: a cidade da pólvora (literalmente)

Eu às vezes pareço uma pessoa muito difícil de contentar. Mas não sou! A sério que não sou. No entanto – e correndo o risco de o parecer -, não é que eu não tenha gostado de Valência. Até achei a cidade muito simpática, uma equilibrada mistura entre o antigo e o moderno, com um brilho que nos faz querer conhecer mais, com muitos jardins e pontes sobre um rio que contrasta com o céu e um sol de quase 30 graus (uma agradável mudança em relação ao frio e pouco solarengo Portugal). E não foi a minha aversão ao calor – como disse, recebi-o com o entusiasmo de uma criança quando lhe é dado um doce - que me fez desgostar da visita recente. Mas fica um conselho: quando se ouve, inúmeras e repetidas vezes, caracterizar uma festa em que o adjectivo usado é o substantivo pólvora é melhor pensar duas vezes em visitar Valência durante Las Fallas.


A não ser que seja realmente um adepto de explosões. Então, nesse caso, aconselho esta zona à beira do Mediterrâneo no mês de Março. É que visitar a cidade nesta altura e acalentar a inocente pretensão de que se vai ter uma noite de sono descansada – ou uma noite de sono, pronto, que eu já nem peço mais – não são duas coisas compatíveis. As explosões constantes, autênticos bombardeios que interrompem a calma da noite, alternando, qual cenário de guerra, entre os sons mais distantes e aqueles que nos fazem bater o coração a um compasso à altura de uma taquicardia digna do nome, tornam-se uma real tormenta.

E enquanto tentava desesperadamente adormecer, com o corpo esticado na cama king size e a cabeça pousada na almofada de plumas, cortesia de um hotel com muitas estrelas, e era constantemente sobressaltada pelos rebentamentos de sei lá o quê e pelos gritos, mais ou menos histéricos, de quem leva esta coisa dos festejos mesmo a sério, só pensava. “É quase meia-noite, isto deve estar a acabar.” Mas a aproximação de uma da manhã, logo seguida pelas duas, só me fez confirmar a suspeita que em vão tentei afastar: aquela gente não dorme! Até que, pouco depois das três da matina, pensei: “Bem, se não os podes vencer, junta-te a eles.” E saltei para junto da janela, onde apreciei o espectáculo de fogo.

Visitar Valência durante Las Fallas é uma experiência única. Mas a mim só me fez mesmo confirmar que, afinal, estou é velha!

P.S. No meio de tanto sofrimento – quatro horas dormidas em duas noites -, fica a agradável surpresa de ter sido confundida com uma miúda de 22 anos. Gilberto, amigo, por causa disto até sou capaz de voltar outra vez a Valência. Mas não no mês de Março.






(Algumas Fallas em que tropecei quando percorria a zona velha da cidade)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Fute quê??

Por mais que me esforce, continuo sem perceber o fascínio dos jogos de futebol. E eu tenho feito um esforço (esta semana olhei dois minutos seguidos para uma partida). Mas ultrapassa-me esta mania de andar a correr atrás de uma bola, sobretudo quando não se trata de um cão ou de um gato que, esses sim, têm razão para gostar destas coisas. Quando olho para a televisão, confesso que não vejo mais que um punhado de homens com roupas que devem um pouco ao bom gosto (quem é que, no seu juízo perfeito, anda vestido de amarelo da cabeça aos pés?), a gritar impropérios uns aos outros, a correrem incessantemente sem chegarem a lado nenhum (e sem quererem chegar a parte alguma), tudo para tentar enfiar uma bola entre dois postes e uma trave. Eles gritam, eles suam que nem porcos, eles cospem para o chão (e para cima uns dos outros), e tudo isto com uma quantidade incrível de gente a pagar para gritar urros de apoio, a vibrar a cada cuspidela... Acho mesmo que nunca vou compreender.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Cansada de ser vítima

Gosto do inverno. É um facto incontornável. Gosto do aconchego dos casacos e das mantas nos dias de frio, do barulho da lenha quando arde na lareira e até gosto da chuva, quando não cai em cima de mim, claro está. Mas não gosto mesmo nada dos vírus e bactérias que invadem o inverno, das doenças e achaques que acompanham o frio, das dores, do ranho, da dança dos lenços... E estou cansada dos antibióticos, das gotas para o nariz, dos comprimidos de todas as cores e feitios, dos xaropes. Sempre me orgulhei de raramente ficar doente, mas depois de duas amigdalites, de uma gripe (que pode ser sido A), de uma mão cheia de constipações e até de um ataque alérgico (eu, que nem alergias tenho!), dei por mim a desejar o verão, o calor capaz de matar toda a bicharada que tem feito de mim um alvo, os dias de sol quentes... Toda e qualquer tortura parece preferível a esta tormenta. Que venha o tempo quente!

terça-feira, 1 de março de 2011

Geração parva

Num país do deixa andar e da chico espertice, como é o nosso, surpreende-me a capacidade de mobilização e de envolvimento das pessoas em causas. Surpreende-me ver que até são capazes de sacudir o amorfismo que lhes tem sido apanágio, de pôr de fora as garras, literal e figurativamente, de arreganhar os dentes e atacar, lamentando apenas que toda a indignação tenha sido dirigida para uma opinião, apenas por ser divergente daquela que é expressa pela maioria. É uma pena que a juventude, aqueles que teoricamente formam o amanhã, não saiba ouvir. É uma pena que se reja pela intolerância, pela falta de encaixe e sobretudo pela arrogância. E depois queixam-se... Queixam-se do que não conseguem, daquilo que não têm... E queixam-se mais e ainda mais... e reclamam contra os que, fartos de queixas, apelam à acção.