segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Bitter sweet

Confesso que a primeira vez que ouvi falar na escassez de açúcar me fartei de rir. Mas a gargalhada rapidamente se transformou num amargo de boca quando percebi que também a mim me faltava, na despensa, o doce transformado em pequenos grãos. Nunca tinha pensado que o açúcar poderia ser um bem de primeira necessidade, mas um olhar mais atento às receitas que integram o menu da consoada lá de casa e rapidamente percebi que a coisa é séria. Já alguém imaginou o que seria do Arroz Doce sem o... doce? Ou dos sonhos e coscorões sem a chuva açucarada que os costuma cobrir? Ou ainda das farófias, das rabanadas, das azevias, todas despidas do doce que lhes dá sentido?
Quando abri a despensa e percebi que o pacote que julgava ser de açúcar era, afinal, de farinha, corri aos supermercados. Mas nada. E nem a informação que dava conta da reposição do ouro branco nas lojas até ao fim da semana passada me deu conforto. Até porque hoje, terça-feira, as prateleiras continuam vazias, apenas cobertas por alguns grãos de açúcar que fugiram dos pacotes.
Mas porque Natal não é Natal sem a tradicional overdose de doces, decidi que a única coisa a fazer era comprar uma caixa de pequenos pacotes. E agora, espera-me uma longa jornada a abrir pacotinhos, até formar o monte branco pelo qual os meus doces clamam.

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