domingo, 4 de abril de 2010

O ranho da solidariedade

É curiosa a solidariedade. Tanto que sou surpreendida, vezes sem conta, com a forma como nos interessamos. Já perdi a conta ao número de vezes que assisti, fruto de um claro interesse superior pelo outro, a quem abrande ao ponto da quase imobilização quando passa, nas estradas, por um acidente, por alguém com um pneu furado ou pelos que são forçados a conduzir um chaço que pára quando menos se espera ou deseja, não se importando com as filas de trânsito que essa redução de velocidade pode causar. Afinal, o mais importante é mesmo verificar que está tudo bem com o colega humano. E aqui confesso-me um ser inferior, incapaz de professar a mesma capacidade de abnegação. Depois, há outro tipo de solidariedade - e se esta fosse um rebanho, então eu seria uma ovelhinha - a da ranhoca, dos espirros, das dores de garganta. Há quem lhes chame vírus, mas eu prefiro pensar que não passa de solidariedade pura e dura aquela que nos leva a sentir os mesmos sintomas dos que nos rodeiam, sobretudo quando se trata de uma constipação ou gripe.

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