No dia de Natal, a caminho de casa e imbuída do espírito da época, alicerçado nas muitas músicas natalícias que saíam do rádio do carro, decidi começar a cantar. É certo que não sou conhecida pelos meus dotes vocais, mas do banco de trás vieram comentários pouco simpáticos à minha performance. Eu continuei e ele também.
- Qual é o teu problema? - perguntei-lhe eu.
- Pára, estás a dar-me dor de cabeça.
- Eu sou livre para fazer o que quiser e agora quero cantar. Por isso... - disse-lhe eu, pensando que os seus sete anos não lhe conseguiram alimentar uma resposta.
- Salazar, volta Salazar.
- Como? - perguntei eu.
- Sim, no tempo do Salazar não tinhas liberdade. Por isso não podias cantar.
Calei-me.
Sem comentários:
Enviar um comentário