segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Uma ida diferente ao supermercado

- Hoje vamos às compras? - perguntou-me ele, com a carteira na mão.
- Vamos ao supermercado. - respondi eu, já a adivinhar o que ali vinha.
- Então vou levar a minha carteira para comprar umas coisas.
A caminho do supermercado, enquanto inspeccionava as moedas que lhe enchiam a carteira (moedas de dez, vinte e 50 cêntimos que, todas juntas, totalizavam qualquer coisa como quatro euros), alertou:
- É melhor cada um de nós levar o seu carrinho de compras.
- Porquê? - perguntei eu.
- Porque eu não quero ter que pagar as tuas coisas.
Tive vontade de lhe dizer que não corríamos esse risco, mas calei-me.
No supermercado, desapareceu com o pai. Acercou-se de mim mais tarde, já com as coisas na mão: uma carteira de cromos, uns dentes postiços (o Carnaval está a chegar) e uma caixa de lápis de cor.
- É só isso? - perguntei-lhe.
- Sim. Vamos pagar.
Na caixa, foi ele que passou os seus artigos, que escolheu as moedas (2,57€) e que pagou. Depois, pegou no saco e no talão e passou uns bons minutos a olhar para a conta.
- Está tudo certo. - Disse, sem esconder o contentamento. - E ainda me sobrou dinheiro. Para a semana voltamos.

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