terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Irra!
Uma das coisas que mais me irrita - até nem sou uma pessoa facilmente irritável, mas esta tem-me acompanhado mais tempo do que gosto de admitir - é quando as pessoas que não me conhecem de lado nenhum e que comigo nunca trocaram mais do que meia dúzia de palavras, me carimbam, me catalogam, me classificam... É verdade que, quando gosto toda a gente percebe que assim é, sendo igualmente verdade o inverso, ou seja, quando não suporto alguém, não faço um esforço, não finjo uma simpatia que não existe, não esboços sorrisos cínicos (eu sei que o fiz há pouco tempo, mas foi a surpresa do momento que o fez acontecer), não dou respostas polidas por parecer bem. Há muito que me cansei de fazer vénias às aparências, de me juntar ao rebanho quando na realidade pertenço mesmo é a uma matilha. Não gosto de me dar a conhecer a quem não merece, de me misturar com quem não me desperta confiança, de perder tempo com quem nunca vou trocar mais do que um bom dia, boa tarde ou até amanhã. Se isto me torna menos 'simpática', menos sociável, menos digna de atenção, até nem me importa. O que me irrita mesmo é assumirem que me conhecem quando, na realidade, não fazem ideia de quem eu sou. Não sabem que gosto de sair, de passear, de rir, mas apenas com quem acho que vale a pena. Não sabem que sou esquecida, distraída, que sonho acordada, que sou viciada em chocolate, que não consigo resistir a um prato de massa, que adoro o cheiro e o barulho do crepitar da madeira no lume, que sou uma menina da mamã e que sempre o serei, que tenho medo da solidão... Não sabem que acho sempre que podia ter mais livros, que adoro os Marretas, que detesto conduzir... Não sabem e, se depender de mim, nunca vão saber. Porque há coisas que só quem gostamos podem e devem conhecer.
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Por acaso sabia do vício do chocolate; que não gostavas assim tanto de conduzir, nem de ir para a praia no Verão; e que adoras mudar de casa... porquê?! Porque descobres sempre alguma coisa que já não vias há séculos!!!
ResponderEliminarConfesso que partilho contigo o medo da solidão!
Ahhh e também não suportas estar no trabalho sem nada para fazer... boring!
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