quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Depressão pós vestido
Quando o vi, não consegui evitar um sorriso. Veio-me à memória o dia e os dramas que o antecederam. Recordei as voltas que dei para o encontrar e satisfazer um desejo materno que, verdade seja dita, nunca partilhei. Olhando bem para ele, o vestido até nem era mau de todo e apesar de não ter sido aquele vermelho pelo qual me apaixonei, até seria capaz de me fazer sentir uma princesa, se eu tivesse um osso de romantismo no meu corpo. Não resisti a pegar nele e, confesso, a vesti-lo novamente. E foi aqui que a porca torceu o rabo e foi por isso que entrei em profunda depressão, daquelas que só uma dose extra de chocolate, acompanhado por um gelado - que vendo bem foi o que esteve na origem de toda esta desgraça - conseguiria, quanto muito minimizar, que fazer desaparecer parece-me quase impossível. É que a &%#$ do vestido não me serve. Mas não é um não servir por pouco. Não entro nele a não ser que o rebente todo (que confesso foi algo que tive vontade de fazer no momento - e ainda tenho). O que significa que, em quase oito anos, não só aumentei de peso, mas alarguei (e aparentemente não foi pouco). Nada mais me restava que pegar nele, voltar a colocá-lo na caixa, fechá-la e fazê-la desaparecer da minha vista. E, quem sabe, começar uma dieta.
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