quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Obrigada, amigo ar condicionado
Tenho que dar a mão à palmatória. O malfadado ar condicionado, aquele que tem sido responsável pelos lenços de papel que me enchem o caixote do lixo, pelas fungadelas e espirros sucessivos e, acredito piamente, por algumas dores de cabeça afinal até tem serventia. E não, não estou a falar da que originalmente devia ser a sua função - refrescar o povo -, mas de um outro propósito, recentemente descoberto: o de afastar alguns odores. Nunca pensei em mim como uma pessoa particularmente sensível aos cheiros, com a excepção dos insecticidas, que quase me levam ao desespero, pela comichão que me provocam no nariz. Mas enganei-me. Há perfumes ou desodorizantes (ainda está por determinar qual dos dois se trata) que, dada a sua semelhança com sprays conhecidos pelo seu papel no extermínio do mosquedo, me tiram do sério. E é aqui que entra o - agora sim, posso dizê-lo - amigo ar condicionado, que parece fazer dissipar, ainda que timidamente, o odor e levá-lo para outras paragens. O meu nariz e garganta não se cansam de agradecer.
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