Chama-se Paulo, mas é mais conhecido lá em casa como o Totó. É carteiro de profissão e a sua farda azul, que se mistura com o vermelho da carrinha onde transporta o correio, invade-me a televisão a toda a hora. Logo pela manhãzinha, ainda mal os bons dias foram dados, já a vozinha exigente, do alto do seu palmo e meio, grita pelo Totó. Vale Verde, o Júlio, o Carlos Queirós ou a senhora dona Gomes são os personagens que se seguem e se repetem, vezes sem conta, episódio atrás de episódio, em histórias que prendem os seus olhinhos cor de avelã e os fazem brilhar. À tarde, quando a ditadura do trabalho permite um intervalo em casa, o Totó regressa à televisão; à noite, volta a aparecer, fruto da mesma exigência que o fez saltar para o leitor DVD horas antes. Confesso que até já gostei do Totó ou Carteiro Paulo. Agora, ao pensar o que o dia de amanhã me reserva - uma autêntica maratona de cartas, pacotes ou encomendas - confesso que o carteiro perdeu parte do seu encanto. É que depois de ter visto pelo menos 500 vezes os mesmos episódios, dou por mim a reparar em pormenores. Por exemplo, que o carteiro deve um pouco à higiene (nunca muda de roupa), que o carlos Queirós tem voz de mariquinhas, que o polícia Artur tem é jeito para a agricultura... Conclusão: cada vez aumenta mais o fascínio pelos Irmãos Koala.
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