Quando tinha sete ou oito anos, o ponto máximo do meu dia era ver os desenhos animados ou brincar com as bonecas. Hoje, as miúdas com esta idade não perdem tempo com coisas tão infantis. Bem sei que os tempos são outros mas - e correndo o risco de cair num discurso que me torna velha -, não consegui evitar a surpresa ao ler um artigo que hoje se destacava no site do El Mundo. Dizia então a peça que, na hora de celebrar os aniversários, as miúdas libanesas já não convidam as amigas para um lanchinho em casa. Em vez disso, trajadas com os seus robes cor-de-rosa, a tonalidade das princesas dignas do nome, arranjam as unhas, tratam dos cabelos, dedicam-se aos tratamentos faciais, tudo isto enquanto discutem as suas séries preferidas. Ao que parece, os spas para crianças são o que está a dar e o jornal dá o exemplo do Chez Lulu, que recebe centenas de meninas todos os fins-de-semana. Confesso que fiquei intrigada e uma busca mais atenta encontrou, no site NowLebanon, uma imagem que mostra uma aspirante a princesa a tratar da sua imagem, que isto de ser princesa é coisa exigente. Eu sei que a grande maioria das mulheres, eu incluída, não resistiram, em criança, a experimentar o batom das mães ou a tentar o equilíbrio nos sapatos de saltos altos. Mas isto parece-me um pouco demais. E aqui volta uma vez mais o discurso de velha: que saudades dos tempos em que a única preocupação das miúdas era chegar a tempo da escola para ver a Kandy das Neves!
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